Cosméticos

Classificação dos Cosméticos

Grau de risco

Grau 1 (G1): produtos com risco mínimo; facilidade de registro.
Exemplos de G1: hidratantes, cremes de massagem, shampoos e condicionadores.

Grau2 (G2): produtos com risco potencial: produtos com indicações específicas, exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados quanto ao modo e restrição de uso. Contém ingredientes considerados irritantes quando utilizados em altas concentrações; registro (longo prazo).

Devem possuir testes específicos determinados pela Anvisa:
• FPS;
• Segurança;
• Irritabilidade primária;
• Eficácia.

Exemplos de produtos G2: produtos antissépticos, anticaspa, antiperspirantes, bronzeadores e filtro solares, clareadores e outros.

- Os fatores que determinam se um cosmético é Grau 1 ou Grau 2 são os dizeres na rotulagem e principalmente os ingredientes utilizados na formulação.

Componentes básicos da formulação cosmética:

Água: utiliza-se mais a deionizada.
Álcoois: etílico, isopropílico. Utilizados em perfumes, loções hidroalcoólicas.
Umectantes: glicerina, sorbitol, propilenoglicol. Mantém a umidade, evitando o ressecamento da pele e dos cabelos.
Materiais gordurosos: emolientes, lubrificantes, espessantes (óleos, lanolina, ácidos graxos, álcoois graxos, ésteres graxos, ceras, silicones, hidrocarbonetos);
Espessantes hidrofílicos: gomas, alginatos, derivados de celulose, argilas, resinas, polímeros acrílicos.
Tensoativos: afinidade tanto por óleo como por água. São agentes emulsificantes, limpadores e espumantes. Ex.: Tween, Span, lauril sulfato de sódio, lauril éter sulfato de sódio.
Conservantes: sistema conservante muito bem desenvolvido, pois a maioria dos cosméticos contém água em sua formulação.
Antioxidantes: os mesmos utilizados em medicamentos.
Essências: aumenta a aceitação dos produtos.
Corantes: também aumenta a aceitação do produto, mas deve ser evitado por ser um agente sensibilizante (alergia).
Substância ativa: antiaging, anticaspa, antisséptico, hidratante.
Tamponadores: agentes formadores de tampão, evitam a alteração do pH da formulação. Exemplo: principal diferença de um depilatório e um alisante de cabelo é o pH (pH alcalino é depilatório).

Perfumes

Classificação:

É a partir do concentrado de perfume, mistura oleosa de matérias-primas naturais e sintéticas diluídas em álcool, a diferentes graus, que se fabricam os perfumes, perfumes de toilette, as águas de toilette e as águas de colônia.
- Perfume (Parfum): produto tipicamente feminino. É o produto mais nobre da linha, cuja concentração pode variar de 12 a 20% em álcool 90 a 96ºGL. Duração na pele: de 12 a 20 horas.

- Perfume de toilette (Eau de parfum, parfum de toilette): a concentração é diluída à razão de 10 a 15% em álcool 70 a 80ºGL. Permite um perfume mais sutil e marcante. Duração na pele: de 6 a 8 horas.

- Água de toilette (Eau de toilette): é uma diluição do concentrado à razão de 6 a 10% em álcool 85ºGL. Ressalta as notas frescas do perfume. Duração na pele: de 4 a 6 horas.

- Água de colônia (Eau de cologne): é obtida por diluição da concentração numa razão de 1 a 5% em álcool 70ºGL. Emprega-se essencialmente notas principais voláteis para se obter um odor mais fresco (sensação maior de frescor). Ideal para uso após o banho.

Matérias-primas utilizadas

Origem vegetal

- Flores: rosa, jasmim, tuberosa, gerânio, íris, lavanda, ylang-ylang, junquilho.
- Frutos: limão, bergamota, laranjeira, mandarina, pomelo, tangerina.
- Folhas: patchuli, menta, eucalipto, violeta, pimenta.
- Madeiras e cascas: sândalo, cedro, canela.
- Grãos: fava tonka, vanila, coentro.
- Musgos: musgo de carvalho.
- Raízes: vetiver, valeriana, cactos.
- Resinas e bálsamos: benjoim, mirra, bálsamo de Tolu.

Origem animal

São ao mesmo tempo perfumes e fixadores.

- Âmbar cinza (gris): secreção intestinal do cachalote.
- Castóreo: secreção sebácea do castor.
- Civeta: secreção de glândula sebácea de uma espécie de gato selvagem da Ásia e da África.
- Musk (almíscar): secreção sebácea genital da cabra montesa da Ásia.

Origem sintética

Pertencem as seguintes famílias:

- Aldeídos: citral citronela, vanilina.
- Álcoois aromáticos.
- Cetonas: muscona, civetona.

Diferentes fases de um perfume

Os componentes de um perfume se evaporam em fases sucessivas.

- Primeira fase: notas de cabeça.
As notas de cabeça é a fase fugitiva na saída do frasco, que dá a nota de saída do perfume. É constituída por matérias-primas voláteis, pouco tenazes.

- Segunda fase: notas de coração.
É a fase que dura várias horas. É constituída por matérias-primas medianamente voláteis e tenazes que fazem a ligação entre as notas de cabeça e notas de fundo.

- Terceira fase: as notas de base ou notas de fundo.
É a fase que caracteriza o perfume e pode durar vários dias. Ela é constituída por matérias-primas muito tenazes e muito pouco voláteis que vão determinar o caráter principal do perfume.

Tipos de perfume e odores dominantes

- Cítricos: fragrância fresca, que leva normalmente ingredientes como limão, laranja, lima e bergamota. É leve e combina com um perfil esportivo. Cheiro melhor aceito pelo homem. Devido a sua rápida evaporação, as fragrâncias cítricas são normalmente usadas nas notas de cabeça - é o primeiro cheiro percebido pelo olfato, mas também o primeiro a sumir. Exemplo: CK One Unissex (Calvin Klein)

- Amadeirados: notas de madeira são secas, quentes e elegantes. O blend amadeirado é essencialmente masculino. Patchouly, cedro, vetyver e sândalo formam o centro das composições. Exemplo: Pi (Givenchy)

- Notas temperadas: cravo, canela, nós-moscada e pimenta. Exemplo: Animale Masculino (Animale)

- Notas verdes: evocam o odor liberado por certas ervas, hastes e folhas: galbano, chá verde e preto, folhas de violeta, pinho, eucalipto, narciso e junquilho. Exemplo: Polo Verde (Ralph Lauren) e Bvlgari Black (Bvlgari).

- Chypre: clássico da perfumaria, resulta de um acorde básico de madeira, musgo de carvalho e floral, combinado às vezes com couro ou frutal. Exemplo: Kouros (Yves St Laurent).

- Fougère e fougère aromático: o conceito nasceu de uma estrutura baseada em notas cítricas (de cabeça) e musgo de carvalho com gerânio (notas de coração), resultando num interessante contraste entre leve e quente. A versão aromática é enriquecida com blends herbais como thymo, salvia, menta, lavanda, manjericão e alecrim. São menos voláteis que as fragrâncias cítricas. Exemplo: XS Masculino (Paco Rabane).

- Notas âmbar (animais): permitem maior fixação do perfume e conferem uma certa sensualidade: civeta, castóreo, âmbar cinza e musc. Exemplo: Le Male (Jean Paul Gaultier).

- Notas róseas: à base de rosa, gerânio e flor de maracujá. Exemplo: Light Blue Feminino (Dolce & Gabana) e Essential (Lacoste)

- Notas agrestes: dão impressão de frescor: lavanda, rosmaninho, timo e louro. São encontrados nas águas de toilette masculinas. Exemplo: Azzaro pour hommes.

- Anizados: à base de anis, funcho, manjericão, estragão e badiana. Exemplo: Armani masculino (Giorgio Armani)

- Florais: são perfumes mais românticos e delicados, como jasmim, violeta, gardênia, etc. As notas florais são muitas vezes usadas para notas de coração. Exemplo: Boss Woman Feminino (Hugo Boss).

- Frutais: são perfumes mais românticos e delicados, como jasmim, violeta, gardênia, etc. As notas florais são muitas vezes usadas para notas de coração. Exemplo: Very Irrésistible Feminino ( Givenchy)

- Notas mentoladas: provêm de três variedades de menta: menta em pó (EUA e Brasil), menta crespa (EUA e China) e menta poejo (Itália). Muito utilizado em produtos after shave.

- Orientais: fragrâncias fortes que combinam com a noite. Harmonizam o calor das especiarias, como cravo, canela e cardamomo, com essência de baunilha e notas balsâmicas e doces. Exemplo: Boss Soul (Hugo Boss).

Pirâmide olfativa

Ex.: Ferrari Black Masculino - Eau de Toilette

Cítrico amadeirado, para homens misteriosos e sensuais. Suas notas combinam bergamota, maçã, ameixa, canela, jasmim, rosa, cedro e baunilha.


Produtos solares

A exposição à luz solar dependendo da intensidade, frequência e características individuais, pode resultar em efeitos benéficos ao ser humano. No entanto, também podem causar efeitos nocivos, caso não se tome os devidos cuidados quanto ao tempo e horário de exposição. A probabilidade de desenvolver uma lesão permanente aumenta com a dose de luz solar acumulada durante a vida toda.
À medida que as pesquisas sobre estes danos tornam-se cada vez mais conclusivas revelando os graves riscos de fotoenvelhecimento e de câncer de pele ligados à exposição solar, maior é o empenho em se desenvolver produtos fotoprotetores de amplo espectro, compreendendo as radiações ultravioletas (UV-A e UV-B) e infravermelho (IR), comprovadamente responsáveis pelos efeitos nocivos do sol na pele.
Um filtro solar eficiente deve prevenir não apenas contra queimaduras solares, mas também reduzir o acúmulo de todas as lesões induzidas pela radiação, e que podem aumentar o risco de alterações fatais.

Efeitos fisiológicos da radiação ultravioleta (UV)

A radiação ultravioleta subdivide-se em três partes:
- Faixa UV-A (320 – 400nm): tem a capacidade de induzir o eritema na pele humana cerca de mil vezes menor quando comparado com o UV-B, porém, penetram mais profundamente nas camadas dérmicas da pele.  Estimula o bronzeamento e a pigmentação, estando ligada ao envelhecimento da pele. Dependendo da tonalidade da pele, tempo e intensidade de exposição, contribuem para o desenvolvimento de carcinoma cutâneo.

- Faixa UV-B (280-320nm): estimula a produção de vitamina D. Afeta principalmente a camada epidérmica da pele, ocasionando queimaduras solares, levando ao eritema, edema e dor. A exposição frequente e intensa aos raios UV-B causam lesões ao DNA e suprime a resposta imunológica da pele, aumentando os riscos de mutações fatais, podendo causar câncer de pele.

- Faixa UV-C (100 – 280nm): são portadores de elevada energia, característica que os torna extremamente lesivos aos seres vivos. São absorvidos pelas camadas mais elevadas da atmosfera (camada de ozônio).

Bronzeamento

Dois mecanismos contribuem para o bronzeamento da pele:

- Pigmentação direta: consiste na oxidação da leucomelanina, uma substância incolor, precursora da melanina, localizada nas células das camadas externas da epiderme. Este processo é induzido pelos raios UV-A e o bronzeado desaparece rapidamente (3 a 24 horas).

- Pigmentação indireta: induzida pela radiação UV-B. Grânulos de melanina são formados na camada basal da pele e migram para o exterior em direção ao estrato córneo. Este bronzeamento dura mais tempo, visto que, um tempo longo é necessário para que os grânulos sejam eliminados pela esfoliação, durante a qual a pele perde o seu bronzeado.

Filtros Solares

São definidos como substâncias que adicionadas aos produtos para proteção solar, tem a finalidade de filtrar certos raios ultravioletas, visando proteger a pele dos efeitos danosos causados por esses raios.
Os filtros solares caracterizam-se por possuírem estrutura química capaz de dispersar a luz incidente, ou absorver seletivamente certos fótons de comprimento de onda determinado.

Propriedades
- Ser estável frente a radiações solares e mudanças bruscas de temperatura, de modo a manter a eficácia e não originar compostos de degradação tóxicos e irritantes.
- Ampla absorção na região ultravioleta
- Não manchar pele e vestimentas
- Não alterar sua cor
- Não se decompor pela ação da água ou suor
- Não ser sensibilizante e irritante
- Não ser volátil

Radiação Ultravioleta: entende-se por radiação ultravioleta a região do espectro eletromagnético emitido pelo sol compreendida entre os comprimentos de ondas de 200 a 400 nanômetros.(1 nanômetro = 1nm =10-9 m). Esta região está conceitualmente dividida em 3 faixas:
a) Ultravioleta C (UV-C): de 200 a 290 nm
b) Ultravioleta B (UV-B): de 290 a 320 nm
c) Ultravioleta A (UV-A): de 320 a 400 nm, sendo:
c. 1) Radiação UVA I: 340 a 400 nanômetros
c. 2) Radiação UVA II: 320 a 340 nanômetros

Dose Mínima Eritematosa (DME): dose mínima de radiação ultravioleta requerida para
produzir a primeira reação eritematosa perceptível com bordas claramente definidas, observadas entre 16 e 24 horas após a exposição à radiação ultravioleta, de acordo com a metodologia adotada.
Dose Mínima Pigmentária (DMP): dose mínima de radiação UVA requerida para produzir um escurecimento pigmentário persistente da pele com bordas claramente definidas, observado entre 2 e 4 horas após a exposição à radiação UVA.

Fator de Proteção Solar (FPS): valor obtido pela razão entre a dose mínima eritematosa em uma pele protegida por um protetor solar (DMEp) e a dose mínima eritematosa na mesma pele quando desprotegida (DMEnp).

Fator de Proteção UVA (FPUVA): valor obtido pela razão entre a dose mínima pigmentária
em uma pele protegida por um protetor solar (DMPp) e a dose mínima pigmentária na mesma pele, quando desprotegida (DMPnp).
FPUVA= DMPp

COMPRIMENTO DE ONDA CRÍTICO: o comprimento de onda para o qual a área sob a curva integrada de densidade ótica que começa em 290 nanômetros é igual a 90% da área integrada entre 290 e 400 nanômetros.

Legislação atual

No Brasil, os produtos fotoprotetores são definidos como cosmético, de acordo com a Resolução n 79 de 28 de Agosto de 2000, editada pela Secretaria de Vigilância Sanitária. O controle destes produtos é realizado pelo número do Fator de Proteção Solar (FPS) indicado no rótulo, pela indicação para qual tipo de pele e pela composição de sua formulação.

 A Legislação foi atualizada e de acordo com a Resolução - RDC N º - 30, DE 1º - DE JUNHO DE 2012:

Normas de Rotulagem para bronzeadores, protetores, moderadores e bloqueadores solares.
Na rotulagem principal (primária e secundária) do produto para proteção solar é obrigatório indicar de forma destacada o número inteiro de proteção solar precedido da sigla “FPS”, ou das palavras “Fator de Proteção Solar”. Deve constar da embalagem a Denominação de Categoria de Proteção (DCP) informada na Tabela 1.

Tabela 1: Designação de Categoria de Proteção (DCP) relativa à proteção oferecida pelo produto contra radiação UVB e UVA para a rotulagem dos Protetores Solares.


Atendendo ao estabelecido na Tabela 1, os protetores solares devem cumprir com os seguintes requisitos:
- FPS no mínimo 6;
- FPUVA cujo valor corresponda a, no mínimo, 1/3 do valor do FPS declarado na rotulagem;
- Comprimento de onda mínimo de 370nm.

Os protetores solares poderão indicar em seu rótulo “Resistente a água”, “Muito resistente a água”, “Resistente a água/suor” ou “Resistente a água/transpiração”, sempre e quando tais alegações tenham sido adequadamente comprovadas.

Os protetores solares não devem possuir alegações de rotulagem que impliquem as seguintes categorias:
- 100% de proteção contra a radiação UV ou efeito antissolar
- A possibilidade de não replicar o produto em quaisquer circunstâncias
- Denominações que induzam a uma proteção total ou bloqueio da radiação solar

 A rotulagem dos protetores solares deverá conter as seguintes advertências e instruções de uso:
- “É necessária a reaplicação do produto para manter a sua efetividade”;
- “Ajuda a prevenir queimaduras solares”;
- “Para crianças menores de 6 meses, consultar um médico”;
- “Este produto não oferece nenhuma proteção contra insolação”;
- “Evite exposição prolongada das crianças ao sol”;
- “Aplique abundantemente antes da exposição ao sol”. Caso haja um tempo determinado pelo fabricante ou período de espera (antes da exposição), este também deverá constar na rotulagem.
- “Reaplicar sempre, após sudorese intensa, nadar ou banhar-se, secar-se com toalha e durante a exposição ao sol”. Caso haja um tempo determinado pelo fabricante para reaplicação, este também deverá constar na rotulagem.
- “Se a quantidade aplicada não for adequada, o nível de proteção será significativamente reduzido”.

Produtos Multifuncionais

Os produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes que contenham filtros solares unicamente para proteção de sua formulação e que não proclamem atividade como protetor solar e nem mencionem um valor de FPS, não necessitam adequar-se ao regulamento. Mas se estes produtos constarem a presença de ingredientes de ação filtrante da radiação UV na pele ou um valor de FPS e/ou nível de proteção UVA deverão comprovar o declarado por meio de uma das metodologias estabelecidas. O valor de FPS mínimos comprovado não deverá ser menor que FPS 2 e a proteção UVA mínima deverá ser FPUVA 2.
A rotulagem dos produtos multifuncionais deverá conter a seguinte advertência: “Este produto não é um protetor solar”.

Coeficiente de proteção

Os diferentes filtros são caracterizados pelo seu coeficiente de proteção, calculado de acordo com o método de Schültze:
- A dose mínima eritematosa (DME) é a menor dose de raios UVB que dá um eritema perceptível (tempo de exposição que ocasiona o eritema).
- O coeficiente de proteção (CP) ou fator de proteção solar (FPS) é a relação da dose minimal eritematosa com fotoprotetor dividido pela dose mínima eritematosa sem fotoprotetor.


Quanto maior o valor de FPS utilizado, maior será o tempo de resistência da pele exposta à radiação UV ao surgimento do eritema solar.
Os valores do coeficiente de proteção são característicos do filtro solar utilizado, mas podem variar em função dos indivíduos submetidos aos testes em função da experimentação.
A escolha do coeficiente de proteção será função essencialmente do risco solar (relacionar-se ao fototipo - vide tabela 1 acima).

Tipos de filtros solares

Filtros físicos (inorgânicos)

- São pós inertes e opacos, insolúveis em água e materiais graxos.
- Formam uma barreira sobre a pele, refletindo, dispersando e absorvendo a luz UV. O processo de reflexão/dispersão da luz é responsável pela translucidez e opacidade das partículas de filtro físico aplicadas sobre a pele.
- Os mais utilizados são: óxido de zinco, dióxido de titânio, talco e caolim.
- O dióxido de titânio é capaz de absorver o UVB e pouco do UVA, já o óxido de zinco absorve nas duas faixas.
- São comercializados na forma micronizada, minimizando a reflexão da luz visível, diminuindo a coloração branca deixada sobre a pele, gerando uma maior aceitação estética sem prejudicar o FPS da formulação final.
- Podem ser comprados nas formas de pós secos e dispersões (em silicone, água ou cera). O uso de dispersões acelera o processo de manipulação e evita a formação de agregados, mas seu custo é maior do que o do pó e pode interferir na viscosidade do produto final.
- O tipo de formulação (emulsões, géis, loções) podem apresentar resultados finais diferentes, tanto em relação ao FPS quanto ao sensorial. A formulação deve formar um filme regular para promover a distribuição homogênea do filtro físico.

Filtros químicos sintéticos (orgânicos)

- Atuam absorvendo a radiação UV. Apresentam em sua estrutura grupos cromóforos (compostos aromáticos) que absorvem a radiação ultravioleta, simulando a ação fotoprotetora da melanina.
- Este grupo cromóforo absorve a radiação UV (alta energia), entra em um estado de ressonância e em seguida volta a sua forma original liberando a energia absorvida num comprimento de onda maior e menos energético (visível ou IV).

Podem ser classificados em

- Derivados do ácido paraminobenzóico (PABA)
Foram os primeiros filtros patenteados. Não se utiliza mais devido problemas de estabilidade e por ser responsável por vários relatos de dermatite de contato. Ex.: Octil dimetil PABA.

- Derivados de salicilatos
Também uns dos primeiros filtros utilizados, mas ainda muito utilizado atualmente.  Boa proteção UVB, seguros e de fácil manipulação. Ex.: Salicilato de octila (Eusolex OS).

- Derivados de cinamatos
São os filtros solares mais utilizados em fotoprotetores. Possuem excelente absorção UVB e baixa UVA. São filtros baratos. Ex.: metoxinamato de octila (Parsol MCX, Neo Heliopan AV).

- Derivados de benzofenona
São cetonas aromáticas sólidas de difícil solubilização. Possui moderada absorção UVA e UVB. Ex.: Benzofenona-3 (Eusolex 4360).

- Derivados de dibenzoilmetano
Excelente absorção UVA. Possui muitas incompatibilidades (metoxinamato de octila, filtros físicos) que podem diminuir sua capacidade protetora. Ex.: Avobenzona (Eusolex 9020)

- Derivados de antranilato
Estáveis mas com baixa proteção. Ex.: Antranilato de metila (Neo Heliopan MA).

- Derivados de cânfora
Proteção UVB muito eficaz. De difícil solubilização. Ex.: Metilbenzidileno cânfora (Neo Heliopan MBC).

- Derivados do benzotriazol
Oferece um amplo espectro de absorção, cobrindo, sozinho, toda a faixa UVB e UVA. È insolúvel nas maiorias dos solventes, portanto se utiliza partícula microfinas dispersas na formulação, como se fosse um filtro físico. Desta forma atua como absorvedor, refletor e dispersor da luz UV. Ex.: Tinosorb M.

Combinação de filtros

A associação de filtros tem por finalidade chegar a um FPS mais alto e com amplo espectro de proteção, maior estabilidade, custo compatível e baixo potencial irritante/alérgico.
A forma mais fácil de aumentar o FPS é aumentando a quantidade de filtros na fórmula, mas também se aumenta o potencial de sensibilização e irritação na pele. Somado a isto, nem sempre o aumento de concentração de filtro leva a um aumento proporcional do FPS da formulação e também existe uma concentração limite permitida para cada filtro.
Por isso é necessária no desenvolvimento de fotoprotetores a associação de filtros, seja ele físico ou químico. Fazendo esta combinação nós conseguimos chegar a FPS maiores, com redução de custos e do potencial irritante. 

Como determinar a avaliação da eficácia de um filtro solar

No Brasil, ainda não existe uma metodologia oficial para determinação do FPS. O método indicado é o método in vivo e é realizado oficialmente em alguns países como Alemanha, Austrália, Japão, Estados Unidos, Europa, etc. Entretanto, grande parte dos valores obtidos são divergentes, uma vez que utilizam recursos e padrões diferentes, além de outros fatores que podem interferir nos resultados finais. A Europa juntamente com os Estados Unidos, Alemanha e Japão estão empenhados em desenvolver um método de determinação do Fator de Proteção Solar Universal.

- Determinação do FPS in vivo

Para determinação do FPS em humanos estão disponíveis diferentes métodos oficiais que apresentam resultados diversos.


Como selecionar os componentes da formulação

- No desenvolvimento de protetores solares é importante ter critério na seleção das matérias primas, para conseguir o máximo de aproveitamento, racionalizando o quantitativo e o qualitativo de cada item da formulação, com o objetivo de se obter um produto adequado dentro dos parâmetros de eficácia, inocuidade, relação risco/benefício e aceitação do consumidor.
- O valor do FPS depende dos tipos e quantidades de filtros solares presentes na formulação, mas o aumento do FPS não ocorre de forma linear em relação ao aumento das concentrações destes filtros. Associações de filtros solares tendem a potencializar o FPS.
- O tipo de veículo, a qualidade e a espessura do filme depositado sobre a pele podem alterar o valor do FPS. Quanto mais uniforme for o filme sobre a pele, mais efetiva será a proteção do produto.
- Algumas matérias primas podem causar alteração no espectro de absorção dos filtros solares, podendo aumentar ou reduzir o FPS. Alguns emolientes apresentam a capacidade de solubilizar os filtros solares, que apresentam problemas de baixa solubilidade evitando sua recristalização na fórmula e também são capazes de melhorar a espalhabilidade do produto de modo a garantir a uniformidade de aplicação resultando em um aumento do FPS.
- Outros fatores que influem na eficácia dos filtros solares são: pH da preparação, resistência à água e suor e distribuição das dimensões das partículas. Quanto menor o tamanho de partículas obtidas, maior será o valor do FPS.

Tipos de veículos

Shampoos e condicionadores

Com o surgimento de filtros solares catiônicos, tornou-se possível formular shampoos e condicionadores que realmente exerçam um efeito protetor da queratina dos cabelos. Estes filtros solares são resinas catiônicas com propriedades de filtro UV-B. Possuem elevada substantividade, devido ao seu caráter catiônico, protegendo os cabelos dos danos causados pelas radiações solares.
Ex.: Dimetipabamido Lauridimônio Tosilato (Escalol HP 610)
      Cloreto de cinamidopropil trimetilamônio (Incroquat UV 283)

Líquidos
Podem ser divididos em dois grupos:

Líquidos aquosos, hidroalcoólicos ou totalmente alcoólicos
Apresentam menor efeito protetor, entre todos os veículos, quando se utiliza somente filtros hidrossolúveis na formulação. A formulação de produtos solares alcoólicos com filtros lipossolúveis podem proporcionar um grau de proteção maior.

Líquidos oleosos
Forma clássica de veículo usual principalmente para baixos valores de FPS.

Géis
São veículos apreciados em produtos solares, principalmente para pessoas com pele oleosa. Da mesma forma que os veículos líquidos podem ser divididos em dois grupos:

Géis hidrossolúveis
Seu efeito protetor é praticamente idêntico ao das loções aquosas ou hidroalcoólicas. Os filtros hidrossolúveis são facilmente incorporados, porém proporcionam baixos valores de FPS. Os filtros oleosos proporcionam valores mais elevados de FPS, desde que se consiga sua solubilização em meio parcialmente aquoso.

Géis lipossolúveis
Composição oleosa geleificada, protege um pouco mais que os tradicionais óleos. No entanto, não apresentam um sensorial agradável, sendo pouco utilizados.

Gel creme
Procura combinar o sensorial não oleoso da forma gel com a efetividade e funcionalidade das emulsões.

Emulsões
As emulsões constituem o melhor veículo para incorporação de filtros solares pois apresentam uma série de vantagens:
- A solubilização do filtro solar é feita sem qualquer problema na fase oleosa
- O fator de proteção solar pode ser incrementado variando-se os componentes da fase oleosa e o tipo do emulsionante
- O sensorial pode ser controlado pela seleção adequada de emolientes

Moldados
Inicialmente restritos aos protetores labiais, os produtos moldados podem ser aplicados em outras áreas do rosto.

- Bastão
Composição cerosa que pode ser utilizada tanto para proteção dos lábios quanto da face.

- Maquiagem tipo cake
Composição cerosa que se transforma em pó na hora da aplicação.

Formulações resistentes à água e suor
Para se conseguir esta resistência devemos adicionar na formulação agentes filmógenos que fixam os filtros na pele, impedindo sua retirada ao entrarem em contato com a água.
Podem ser utilizados os copolímeros de polivinil pirrolidona (PVP), silicones, polímeros de acrílico e também os perfuoropoliéters (Fomblin HC).

Acondicionamento
- Bisnagas plásticas e alumínio;
- Potes plásticos;
- Frascos spray;

Complemento – Filtros solares
Quantidade de filtro solar aplicado sobre a pele
O uso de Filtros Solares vem aumentando mais de 13% em 1999, porém os consumidores ainda não aplicam quantidades adequadas de Filtros Solares para alcançar benefício total.”
American Academy of Dermatology - AAD
Segundo o FDA a quantidade de fotoprotetor necessária para garantir proteção confiável é de 2mg de fotoprotetor por cm2 de pele.

Importância da Prevenção contra a Radiação UVB e Principalmente UVA

A radiação UVA apresenta a maior porção da radiação solar que irradia a superfície da terra, entre 90% a 99%.
Photochem Photobiol. 2005 Jun 1.
Impacto Ambiental
Em 1991 e em 1993 foi detectada a presença de 6 diferentes filtros solares em peixes no lago Meerfelder Maar, em Eifel, Alemanha
Em 1991 a concentração total foi de 2 mg/kg de lipídios e em 1993 foi de 0,5 mg/kg de lipídios.
Filtros solares são importantes contaminantes ambientais.

Estrogenicidade dos filtros solares

Estudos recentes têm mencionado a atividade estrogênio-like de alguns filtros solares.
Alguns filtros UV são considerados uma nova classe de compostos químicos estrogênicos ou antiandrogênicos.
Dados recentes da bioacumulação ambiental, e em seres humanos, exigem uma análise da toxicidade sistêmica dos filtros solares.
Isto é particularmente importante pelos seus efeitos na reprodução e na ontogênese.

Exemplos de Filtros

- Químicos

TINOSORB® M (CIBA)
•Benzotriazol de alta fotoestabilidade
•Hidrossolúvel
•Fotoestável
•Confere fotoestabilidade aos demais filtros - UVB e UVA
•Modo de proteção 3 em1:
Absorção, Reflexão e Refração da luz solar
•Taxa UVA/UVB = 1,0
•Comprimento de onda crítico = 388nm
•Uso a partir de 3,3% atende o Padrão Australiano contra a radiação UVA (320 a 360nm) com menos de 10% de transmitância da luz UVA.

TINOSORB® S (CIBA)
•Filtro solar de última geração – o mais moderno do mercado
•Triazina de alta fotoestabilidade
•Lipossolúvel
•Melhor deposição sobre a pele
•Fotoestável durante a exposição solar
•Confere fotoestabilidade aos demais filtros – UVB e UVA
•Modo de proteção: Absorve a luz solar
•Taxa UVA/UVB = 0,8
•Comprimento de onda crítico = 370nm
•Uso a partir de 2,0% atende o padrão Australiano.
•Amplo espectro de proteção - UVA e UVB
•Compatível com outros filtros solares, além de exercer efeito estabilizante nos mesmos
•Apresenta efeito sinérgico combinado aos filtros UVB, aumentando o FPS
•Altamente estável em pH baixo (ácido), pois seu ponto isoelétrico encontra-se em pH inferior a 2
•Aprovado na Europa, na América do Sul e em outros países para ser utilizado em produtos de proteção solar
•Amplo espectro de proteção – UVA e UVB
•Resistente à água.

Segurança do Tinosorb®M & Tinosorb®S
“Segundo avaliações in vitro, Tinosorb®M & Tinosorb®S não apresentam potencial estrogênico, antiestrogênico, androgênico ou antiandrogênico.”
Regul Toxicol Pharmacol. 2001 Dec;34(3):287-91.
Uvinul®T-150 (BASF)
• Octil Triazona (Ethylhexyl Triazone)
• Ampla Proteção UVB
• Concentração Máxima Permitida: 5%
• 100% Fotoestável

Uvinul®A-Plus (BASF)
• Diethylamino Hydroxybenzoyl Hexyl Benzoate
• É um novo filtro UVA extremamente fotoestável, que promove proteção eficaz contra UVA longo, até 400 nm, apresentando também excelente compatibilidade com vários filtros solares.
• Uso máximo permitido na Europa: 10%

- Físicos (Chemical free)

Escalol® Block (ISP)
• Dióxido de Titânio 40% em ésteres
• Sistema de filtro físico (TiO2)+ dispersantes (X-Tend 226) pronto para aplicação em protetores solar
Vantagens
•Já esta disperso e balanceado para promover tanto eficiência como também sensorial elegante
•Facilita o processo
•Simplifica o processo de fabricação e estocagem.

Z-Cote™ (BASF)
• Óxido de zinco micronizado
•Tipos de Z-COTE:
Z-COTE: óxido de zinco micronizado
Z-COTE HP-1: óxido de zinco micronizado e revestido
com dimeticone
Z-COTE MAX: óxido de zinco e difenil capril meticone

T-Lite (BASF)
• Dióxido de titânio microfino
• Fácil de dispersar
• Transparência superior
• Excelente proteção de amplo espectro

Cosmetologia antienvelhecimento

O segmento de produtos para cuidados cosméticos anti rugas é, ao lado dos produtos hidratantes, o de maior representação.  Para 70% das mulheres com idade entre 30 e 39 anos, as rugas são a maior preocupação estética.

O setor cosmético movimenta milhões de dólares neste mercado, lançando constantemente novos produtos que prometem milagres para peles envelhecidas. Mas uma vez instalados os sinais de envelhecimento, torna-se impossível de revertê-los. Pode-se sim, conseguir melhoras. Utilizar produtos ainda no início do processo de envelhecimento pode ser a saída para retardar ao máximo o aparecimento dos sinais típicos desta fase da vida.

Hoje nós temos a nossa disposição uma infinidade de ativos com diferentes mecanismos de ação antienvelhecimento, e cada vez mais eficazes.

Envelhecimento

O envelhecimento pode ser definido como sendo um conjunto de alterações morfológicas, fisiológicas e bioquímicas inevitáveis que ocorrem progressivamente no organismo ao longo de nossas vidas. Essas alterações levam à perda gradativa das funções dos vários órgãos que formam o organismo humano, entre eles a pele, aumentando a vulnerabilidade ao meio ambiente e diminuindo a sua capacidade de homeostasia.

O envelhecimento pode ser classificado em duas formas básicas, dependendo de como ocorre:

- Envelhecimento intrínseco ou cronológico: aparece nas áreas protegidas do sol. Ocorre lentamente e é determinado pela genética. Em geral a pele se apresenta sem manchas, seca, mostrando leve atrofia, perda da elasticidade, frágil e com rugas finas.

- Envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento: aparece em áreas expostas ao sol. A pele se apresenta com manchas escuras (lentigos) e com rugas mais profundas. Normalmente é causado pelo acúmulo de danos causados pelas radiações acumuladas nas duas primeiras décadas de vida. Este envelhecimento se sobrepõe ao intrínseco. É mais notado na face e pescoço. É responsável por mais de 85% das rugas.

Fatores que interferem no processo de envelhecimento

- Radiação ultravioleta: fator mais estudado e comprovado.

- Temperatura: tanto o calor como o frio podem acelerar o envelhecimento. Temperaturas mais altas desnaturam o DNA e proteínas e as mais baixas dificultam a circulação, levando ao ressecamento e descamação da pele.

- Radicais livres e ERO: com o avanço da idade pode ocorrer aumento destas moléculas e, paralelamente, há uma diminuição da capacidade antioxidante natural do organismo. Quantidades excessivas destes compostos podem reagir com os lipídeos de membranas celulares e proteínas (enzimas) e DNA, contribuindo para o desenvolvimento de alterações cutâneas.

- Tabaco e poluição: aceleram o envelhecimento cronológico ao produzirem radicais livres.

- Perda rápida de peso: leva à redução das células graxas que suportam a pele facial, provocando um aspecto flácido nesta região.

- Cor da pele: devido à concentração de melanina, a pele mais escura envelhece de forma mais lenta do que as peles mais claras.

- Envelhecimento programado: relógio cronológico genético.

Alterações do tecido cutâneo

- Epiderme: com o envelhecimento ocorre a diminuição do número de queratinócitos, afinamento de epiderme e diminuição da proliferação de células desta camada. As células da camada córnea aumentam de tamanho e tornam-se menos aderentes uma nas outras. Ocorre redução dos níveis de ceramidas, colesterol e ácidos graxos, componentes importantes para a manutenção da função de barreira da pele (pele mais permeável, maior perda de água). O número de melanócitos diminui e os que restam tornam-se mais ativos sendo responsáveis por manchas de hiperpigmentação.

- Derme: são as alterações na derme as principais responsáveis pelas manifestações inestéticas ocorridas na pele com o envelhecimento: flacidez e rugas. Os fibroblastos diminuem em número e alteram sua capacidade de biossíntese, diminuindo a produção de colágeno, elastina e glucosaminoglucanos (ácido hialurônico). Essas alterações diminuem a retenção de água pela derme reduzindo o turgor propiciando a formação de rugas.
Ainda na derme ocorre o aumento da atividade de enzimas proteolíticas que degradam a matriz extracelular, aumentado a flacidez.

- Hipoderme: as células de gordura abaixo da derme iniciam um processo de atrofia que contribui para a formação das rugas. Ocorre principalmente na face, canela, mãos e pés.

- Outras alterações ocorrem na microcirculação sanguínea (diminui a oxigenação da derme e epiderme), nas glândulas sebáceas (aumento das glândulas) e glândulas sudoríparas (diminuição do suor secretado).

Cosméticos para a pele envelhecida

Uma boa formulação cosmética deve ser trabalhada em diferentes linhas como, por exemplo, ajudando a diminuir os radicais livres formados, hidratando a camada córnea, clareando manchas senis e principalmente, melhorando o metabolismo dérmico e epidérmico com o objetivo de atenuar as rugas e marcas de expressão.

- Ativos anti radicais livres: são ativos que combatem essas moléculas altamente reativas. Destinam-se à prevenção, cujos efeitos não são facilmente e nem imediatamente visíveis.
Essas substâncias agem como antioxidantes e suprem a necessidade do organismo em situações chamadas de estresse oxidativo (alta quantidade de radicais livres formados).

- Coenzima Q10: também conhecida como ubequinona, é uma substância lipofílica encontrada em altos níveis na epiderme. Sua principal função é agir como antioxidante, reduzindo os radicais livres formados pela radiação UV. Geralmente utilizada na forma de lipossomas, esferas de ciclodextrinas e em solução em óleo. Estas formas aumentam sua estabilidade em formulações tópicas.

- Idebenona: é uma molécula com estrutura química similar a da Coenzima Q10, mas com peso molecular 60% menor. Estudos clínicos demonstram a eficácia do ativo no tratamento tópico da pele envelhecida.

- Ácido Lipóico: é um potente antioxidante, pode ser uma opção valiosa no combate ao envelhecimento da pele. Possui alto poder de penetração na pele.

- Flavonóides: compostos polifenólicos encontrados em plantas. São antioxidantes utilizados como preventivos do envelhecimento. Os mais utilizados são os flavonóides encontrados no Ginkgo biloba, chá verde, silimarina e soja.

- Iris Iso®: extrato hidroglicólico do lírio Iris florentina, contendo isoflavonas fitoestrogênicas que reforçam a barreira cutânea, assegurando a hidratação e diminuindo a profundidade das rugas. Dessa forma, Iris Iso® é indicado para combater o processo natural de envelhecimento cutâneo em mulheres menopausadas, pois compensa as perdas da atividade hormonal endógena através do aumento da tonicidade cutânea.            
- Adenin: ativo regenerador de fibroblastos, capaz de atrasar e reverter as mudanças celulares relacionadas à idade. Possui ações clareadora, antioxidante e hidratante. Não causa irritação ou fotossensibilidade, comuns aos tratamentos com alguns ácidos e substâncias esfoliantes.

- Kinetin L®: combinação de três princípios ativos eficazes no tratamento antiaging (Adenin®, Ácido Alfa Lipóico e VC-PMG®). Unidos através de lipossomas plurilamelares, estes ativos conseguem chegar às camadas mais profundas da derme, tornando o tratamento mais eficaz, proporcionando grande facilidade de manipulação ao farmacêutico, uma só prescrição para o médico e eficácia no tratamento ao paciente.

- Vitaminas tópicas

 - Vitamina A: utilizada na forma de éster (palmitato de retinol).  Ao entrar em contato com a pele é oxidado a ácido retinóico (tretinoína), forma com maior poder de ação. Tem como função geral regular a proliferação, diferenciação e queratinização celular.

- Microesponjas de Retinol®: possibilitam à pele todos os benefícios da melhor forma tópica da vitamina A, tais como: renovação celular, aumento na síntese de colágeno e atividade antioxidante. As microesponjas aumentam a sua estabilidade nas formulações, assegurando a liberação lenta na pele.

 - Vitamina C: é uma vitamina hidrossolúvel com ação anti radicais livres e co-fator nas reações de hidroxilação na produção de colágeno. Em cosméticos é capaz de neutralizar radicais livres produzidos pelo UV, estimular produção de colágeno e clarear a pele.

 - Vitamina E: utilizada como antioxidante de lipídeos insaturados, estabilizando as membranas celulares.

- Ativos com ação sobre a musculatura superficial

- Relaxamento muscular: parte das rugas é formada devido à excessiva estimulação das fibras musculares na face que puxam a pele para dentro, induzindo a formação de ondulações e rugas. Portanto, uma forma de reduzir as rugas é diminuir diretamente a ação do músculo sobre a pele ou atenuar a atividade dos neurônios que inervam o local.

- Argireline®: é um hexapeptídeo modulador da tensão muscular facial com comprovada atividade redutora de rugas e linhas de expressão, de forma natural e não invasiva. Não altera a função dos músculos responsáveis pelos movimentos faciais, mantendo a naturalidade da expressão da face, além de deixar a pele elástica e hidratada. É uma alternativa não invasiva à toxina botulínica. Inibe parte da Acetilcolina e das Catecolaminas (Adrenalina e Noradrenalina) e por ser uma molécula pequena, não causa reação imunológica, sendo totalmente seguro para uso tópico.

 - Matrixyl®: pentapeptídeo ligado a um radical palmitol, utilizado para apagar rugas e estimular a matriz dérmica da pele madura e do contorno dos olhos.

 - Myoxnol®: é um extrato padronizado de Hiscus esculentos. Sua ação é bloquear os canais de cálcio pré-sinápticos, impedindo a liberação da acetilcolina.

   - Contração muscular: ativos que causam contração muscular são utilizados com a finalidade de aumentar o tônus da pele da face. Esses ativos estimulam a liberação de acetilcolina que por sua vez estimula os músculos da face ocasionando um efeito tensor na pele.

 - DMAE: substância precursora da acetilcolina. Quando utilizado diariamente por um longo período de tempo, pode atenuar as linhas de expressão na testa, rugas na região periorbital e região dos lábios, melhorando a aparência geral da pele envelhecida.
Seu potencial rejuvenescedor foi descoberto há pouco tempo nos Estados Unidos: até então somente era utilizado para tratar crianças superativas e adultos deprimidos. Como efeito colateral, foi percebido que causava hipertonicidade do músculo cervical, origem das reclamações constantes dos pacientes que sentiam repuxamento e rigidez no pescoço e pele do rosto e pálpebras e papada. E desde então tem sido pesquisado e comprovado.

- Ativos que repõem o mantro hidrolipídico: com menor atividade das glândulas sebáceas, a pele envelhecida perde lubrificação e hidratação. O uso de cosméticos contendo substâncias hidratantes e lipídeos ajudam a repor o que este órgão está perdendo com o envelhecimento.

 - Óleos vegetais: além de lubrificar e repor frações lipídicas importantes na superfície da pele, ocluem-na, promovendo maior retenção de água pela camada córnea e hidratação da mesma. Os óleos mais utilizados são o de macadâmia, semente de uva, amêndoas doces, maracujá, buriti, etc.

- Outros ativos:

- Elastinol +R®: Elastinol+R é a terceira geração de ativos da linha Elastinol e possui uma nova combinação das frações polissacarídicas ricas em L-fucose (FROPs) e L-rhamnose (RROPs), com maior concentração da fração rica em L-rhamnose. Esse diferencial confere a Elastinol+R ação redensificadora da pele mais potente, graças à ação muito mais intensa na proliferação celular dérmica e epidérmica (repopulação celular) e na síntese de macromoléculas da matriz extracelular.

- Happybelle - PE®: é um ingrediente ativo composto por um complexo de fitoendorfinas do Vitex agnus castus encapsulado em lipossomas, que promove alta penetração, permite certo controle da liberação do ativo e ainda confere propriedade hidratante. Apresenta as seguintes propriedades: estimulação da proliferação de fibroblastos; estimulação da migração de queratinócitos;  revitalização; hidratação; suavização de rugas; calmante para a pele.

- Antarcticine®: é uma glicoproteína obtida por biotecnologia de exopolimerização do metabolismo da bactéria Pseudoalteromonas Antarctica NF3, com amplas aplicações no campo cosmético.  Suas propriedades são: excelente hidratação, estimula a síntese de colágeno e elastina; crioproteção, mantendo a integridade e a hidratação da pele, amenizando o seu ressecamento durante o inverno.

- Raffermine®: extrato hidrolisado da soja (Glycine soya) que, aplicado sobre a pele, estimula a retração dos fibroblastos para organizar as fibras de colágeno. Efeito tensor prolongado.
- Liftiline®: agente tensor, de alto peso molecular, obtido de frações especiais de proteínas do trigo, purificadas e selecionadas por suas propriedades viscoelásticas

- Tensine®: ativo constituído por proteínas purificadas do trigo, de alto peso molecular, que formam sobre a pele filmes resistentes e responsáveis pelo chamado efeito cinderela (efeito tensor).

Pigmentação cutânea

Introdução

A cor final da pele consiste na somatória da melanina formada, da hemoglobina presente nos vasos sanguíneos, dos carotenóides e outras condições do estrato córneo. Porém, esta coloração deve ser uniforme.

Quando se fala em manchas, a coloração da pele deixa de ser uniforme e passa a apresentar irregularidades de tonalidade causadas por regiões com pigmentação normal intercaladas com regiões com coloração de maior intensidade.

A melanina é formada a partir de uma reação bioquímica que envolve o aminoácido tirosina e a enzima tirosinase, que é a reação de melanogênese, que ocorre dentro dos melanócitos.

Hiperpigmentação

Nas peles com coloração heterogênea/hiperpigmentadas há um aumento da melanina na epiderme, derme ou ambos.
-    Hipermelanose epidermal: aumento da produção da melanina na epiderme pelos melanócitos já existentes (sardas e hiperpigmentação pós-inflamatória) ou aumento no número de melanócitos no local (lentigo e bronzeamento).
-    Hipermelanose dermal: resulta da presença de pigmentos na derme. A melanina pode ser produzida na epiderme e migrar para derme ou ser formada por melanócitos presentes na derme.

Hiperpigmentações mais conhecidas

-    Sardas: manchas pequenas, de cor castanha e aparecem nas áreas da pele mais expostas ao sol. Ocorrem principalmente em pessoas de pele e cabelos claros. É resultado do aumento da produção de melanina pelos melanócitos já existentes.
-    Melasma (cloasma): manchas castanhas claras ou escuras de limites imprecisos que ocorrem na face, colo e braços (áreas expostas ao sol). Ocorre principalmente em mulheres. Pode ser estimulada pelo aumento de estrógenos e progesterona, hormônios semelhantes ao hormônio estimulante dos melanócitos (MSH).
-    Hiperpigmentação pós-inflamatória: ocorre principalmente em pele mais escura na sequência do restabelecimento de uma inflamação (acne), dermatite de contato ou outros traumas, podendo persistir por meses. É causada pelas citoquinas liberadas no processo inflamatório que estimulam a melanogênese.
-    Hiperpigmentação por reações fototóxicas e fitofotodermatite: causada pelo contato com substâncias fotossensibilizantes e subsequente exposição ao sol. Pode ser induzida pelo uso de medicamentos sistêmicos ou tópicos, plantas e alimentos associados ao sol.
-    Lentigos: manchas pequenas circunscritas, de coloração castanha escura, encontradas nas áreas expostas ao sol. São as chamadas manchas senis. São o resultado do acúmulo de danos causados pelos raios solares ao longo da vida, aparecendo normalmente após os 50 anos de idade.
-    Hiperpigmentação periorbital: é uma melanose localizada na região periocular, devido ao aumento da melanina na epiderme. Tem origem genética, sem possibilidade de reversão.

Combate a hiperpigmentação

A melhora da hiperpigmentação dependerá do tipo e intensidade da mesma, bem como sua causa. Quanto mais superficial for a mancha, melhores os resultados obtidos com o uso de cosméticos.
O tratamento cosmético consiste primeiramente no uso de protetor solar e depois o uso de clareadores. São tratamentos demorados e constantes, que não devem ser interrompidos.

Várias são as formas que um ativo despigmentante cosmético pode trabalhar:
-    Diminuir a penetração dos raios UV;
-    Inibição da tirosinase;
-    Diminuição dos melanócitos funcionais;
-    Supressão de reações inflamatórias (eritema);
-    antioxidantes de precursores da melanina na reação de melanogênese;
-    Esfoliação dos queratinócitos carregados em melanina.

Ativos despigmentantes

Hidroquinona:
- Ativo despigmentante mais conhecido e utilizado (desde 1961). Tem ação imediata, boa penetração na pele e indicada para o tratamento de melasma, manchas senis e hiperpigmentação pós-inflamatória. Geralmente associada a um ácido, que atua como esfoliante, melhorando a penetração e o efeito da hidroquinona.
- Possui como efeito adverso um alto poder irritante, e devido a este efeito tem sido, aos poucos, substituída por outros despigmentantes. Existem no mercado derivados da hidroquinona que possuem bom poder despigmentante e menor poder irritante com o Mequinol (monometil éter de hidroquinona) e o Arbutin (Hidroquinona – D – glucopiranosídeo).
- Este composto atua destruindo as células produtoras de melanina (melanócitos) bloqueando a produção e aumentando a degradação dos malanossomas, os corpúsculos intra-celulares que armazenam a melanina. A Hidroquinona também bloqueia a ação da enzima tirosinase, que tem participação na formação da melanina.
- É muito instável, necessita de um sistema antioxidante muito bem estudado. Produtos contendo hidroquinona geralmente são armazenados em temperatura baixa. Incompatível com gel de carbopol e creme polawax.

Idebenona:
- É uma molécula com estrutura química similar a da Coenzima Q10, mas com peso molecular 60% menor. Estudos clínicos demonstram a eficácia do ativo no tratamento tópico da pele envelhecida. Já está sendo comercializada na sua forma lipossomada, com o nome de IDB – Light. Esta forma possui um poder de penetração maior e um menor poder irritante.
-Utilizada na concentração de 1%, além da ação anti-aging também possui ação despigmentantes.

Ácido kójico:
- Obtido a partir da fermentação do arroz. É utilizado desde 1989 no Japão para o tratamento das hiperpigmentações. Tem efeito inibidor sobre a tirosinase e consequente diminuição da síntese de melanina. Não provoca irritação e também não é citotóxico.
- Concentração de uso: Cremes e loções: usado nas concentrações de 1 a 3%.

Ácido mandélico:
- É um AHA com uma cadeia carbônica grande não tão irritante como o ácido glicólico. Tem sido estudado exaustivamente para ser usado em tratamentos de desordens de pele como foto-envelhecimento, pigmentação irregular e acne. Usado principalmente em peles morenas e negras.
- Além do mais tem sido usado para preparar as peles para o peeling a laser e para auxiliar na recuperação da pele após a cirurgia a laser.

Ceramidas IIIA® (Galena):
- Além das propriedades hidratante e de reparo da barreira cutânea, comuns às ceramidas, Ceramida IIIA® possui diferencial terapêutico pois, também inibe a atividade da tirosinase nos melanócitos, possuindo potente ação despigmentante.        
- O pH final de formulações contendo Ceramida IIIA® deve ficar entre 4 e 8. Atenção: pode ser utilizada para tratamento das manchas durante a gravidez e lactação.

Antipollon HT® (Silicato de alumínio) (Galena):
- Despigmentante de ação física, muito seguro e de alta afinidade pela melanina, capaz de adsorver da pele o excesso deste pigmento, sem apresentar absolutamente qualquer efeito sensibilizante ou irritativo, indicado especialmente no início do tratamento das manchas.
-É utilizado em concentrações que variam entre 1,0 e 5,0% em cremes e loções não iônicas, sendo facilmente incorporado em associação ou não a outros despigmentantes de ação química (ou seja, os inibidores da tirosinase), com exceção de hidroquinona. O pH final de formulações deve ficar entre 4 e 8. Não manipular em Lanette N e carbômeros.

Aqua Licorice Extract PT® (Galena):
Seguro despigmentante de origem vegetal, que age sem causar fotossensibilidade ou irritação à pele. Usado na prevenção e tratamento de manchas induzidas pela exposição solar.

Skin Withening Complex® (Pharma Special):
- Possui atividade clareadora (através da atuação sinérgica de seus ativos, promove descoloração química da melanina e inibição da tirosinase).
Concentração usual: 2 a 5%.
- Pode ser utilizado por Gestantes e Lactentes; pH de estabilidade = 4; Não requer uso de antioxidantes

Belides (Pharma Special):
Ativo despigmentante obtido das flores de margarida, apresenta como diferencial um efeito rápido e de longa duração, mais potente que o Arbutin.
Seu mecanismo de ação abrange diversas etapas da melanogênese (antes, durante e após a formação da melanina), inclusive a diminuição da expressão da ET-1, responsável por modular a resposta dos melanócitos humanos em relação à radiação UV e a diminuição da formação da tirosinase que acaba proporcionando um efeito de longa duração.

Vitamina C (Ácido ascórbico):
O Ácido Ascórbico é a forma mais ativa da Vitamina C, porém oxida facilmente em meio aquoso e de outros fatores como luz, temperatura alta e presença de oxigênio.
Por isso temos que utilizar formas tópicas mais estáveis da Vitamina C. Seguem alguns exemplos disponíveis no mercado cosmético:

Nikkol VC-IP® (Galena):
- É o Tetraisopalmitato de Ascorbila, um éster derivado da vitamina C bem mais estável que ácido ascórbico na forma livre. De natureza lipossolúvel, tem grande afinidade pela pele e excelente absorção percutânea.

Nikkol VC-PMG® (Galena):
- É o Fosfato de Ascorbil Magnésio, um derivado da Vitamina C hidrossolúvel, capaz de liberar L-ácido ascórbico livre (vitamina C) nas camadas internas da epiderme.

Glicosferas de vitamina C® (Galena):
Nanopartículas adaptadas para estabilizar a vitamina C pura (L-ácido ascórbico) por muito mais tempo, assegurando boa absorção e eficácia quando aplicada sobre a pele.

Cosméticos para unha e cabelo

Folículo Pilossebáceo: Compreende o folículo piloso, o pelo, suas bainhas e os anexos: o músculo eretor e as glândulas sebáceas.

Folículo Piloso: local onde se origina o pelo e onde se encontra o bulbo ou raiz. Na cavidade do bulbo encontra-se a papila onde é feito a alimentação dos fios, através da circulação sanguínea, que nutrem as células germinativas e assim estas células se reproduzem continuamente e originam os novos fios de cabelo.

PELO

É um filamento de queratina flexível compreende duas partes principais:
Haste: é a parte visível do pelo, constituída por células mortas queratinizadas, que estão dispostas em três camadas:

Cutícula: parte externa (escamosa). A cutícula é formada por células achatadas que formam uma cobertura de escamas de queratina que se sobrepõem umas as outras. Funcionam como uma barreira protetora para o córtex e a medula e é responsável pelo brilho, maciez e penteabilidade dos cabelos.
Quando agredido ocasiona alterações na saúde do fio, como pontas secas e      duplas, cabelo seco e quebradiço, alteração na cor e queda. Isto ocorre por ações químicas como descoloração, tintura, permanente e alisamentos, e por sol, poluição vento, poeira, água com cloro, ar condicionado, etc.

Córtex: camada intermediária, sólido, resistente e dá ao pelo a sua cor. O córtex é constituído de células delgadas que possuem em seu interior a melanina, que confere a cor dos cabelos. O córtex é responsável pela resistência e elasticidade dos cabelos.

Medula: camada central. A medula consiste de um eixo central de células, repleto de componentes porosos, com utilidade desconhecida.

Função do pelo: proteção térmica e uma função sensorial na percepção tátil.

Raiz: é a parte inferior do pelo, constituída por células vivas que se queratinizam e perdem seu núcleo á medida que eles sobem.

Glândulas sebáceas: são glândulas que secretam o sebo e estão geralmente anexados a um pelo. O sebo é uma graxa fluídica que sai do pelo óstio folicular em uma razão de 1 a 2g por 24 horas. Ele lubrifica o pelo e a pele e possui propriedade antibacterianas e antifúngicas e veicula os odores individuais como os feromônios, que dão a cada individuo um odor particular.

Músculo eretor: é um pequeno feixe de fibras musculares lisas e está localizado nas proximidades do folículo piloso. Se encontra, pois, em estreito contato com as glândulas sebáceas, as quais se acham apoiadas sobre o ventre deste pequeno músculo. As funções principais deste órgão são: favorecer através de sua contração a excreção de sebo pelas glândulas sebáceas e permitir que o pelo possa se “arrepiar”, ficando assim na posição ideal com relação ao plano cutâneo. Além disto, vale a pena ressaltar, que o perfeito funcionamento deste minúsculo órgão garante a manutenção do pH normal (5,5) e de uma boa hidratação e elasticidade cutâneas.

UNHA

É uma placa córnea, semitransparente, brilhante, abaulada, rósea, situada sobre a face dorsal das extremidades dos dedos.

Estrutura: compreende:
Matriz: é a parte geradora da unha.
Leito da unha: onde repousa a lâmina ou mesa  ungueal, que adere fortemente a ele.
Lâmina ou mesa ungueal: é constituída por queratina dura e compreende 2 partes: Raiz e Corpo ou Limbo (que é a parte visível da unha) é divida em partes:
Lúnula: porção anterior, de cor branca opaca com a forma de meia-lua.
Zona Rósea: constituído de queratina mole que não descama.
Borda livre: mais espessa que o nível da raiz pois nela se acumulam as células queratinizadas.
Eponíquio: formado pela epiderme dorsal do dedo.

Vascularização: depende das duas artérias digitais que se ramificam em vários braços irrigando a unha e a matriz.

Composição química: é constituído por queratina dura rica em enxofre, em cistina e em arginina. Contem igualmente: água, lipídeos, colesterol e ácidos graxos, cálcio, ferro e fósforo.

Função: proteger as extremidades distais dos dedos, apreender pequenos objetos e participa da sensibilidade tátil.

Princípios Ativos

Nome Comercial: RonaCare – Biotin Plus
Nome Químico: Ureia, Fosfato Disódico, Ácido Cítrico, Biotina
Fornecedor: Pharma Nostra
Fabricante: Merck
Literatura:
- Descrição: Ativo antienvelhecimento, indicado para melhorar a qualidade das unhas e cabelos. Pó branco solúvel a 12% em água. Incompatível com antioxidantes, doadores de formaldeído, ácidos fortes e álcalis. Suporta temperaturas de até 80ºC. O pH de estabilidade varia entre 6,0 e 7,5.
- Mecanismo Ação: influencia na composição da queratina, promove a formação de lipídeos intercelulares (pois aumenta a síntese de lipídeos), melhora função barreira e ainda melhora a qualidade dos cabelos, pele e unhas. Fortalece unhas quebradiças, tornando-as mais espessas.
- Dosagem Usual: utilizado nas concentrações de 0,5 a 2,0%
- Exemplos de Formulação:

BASE FORTIFICANTE PARA UNHAS
Ronacare – Biotin Plus                  2%
Queratina líquida                            2%
Base para esmalte qsp             100%
Modo de Usar: aplicar nas unhas 2 vezes por semana.

Nome Comercial: Nonychosine V
Nome Químico: Metionina
Fornecedor: Vital especialidades
Fabricante: Exsymol
Literatura:
- Descrição: Complexo fortalecedor de unha. Ativo composto por metionina, elemento presente nas unhas em grande quantidade. Não amarela nem escurece as unhas. Miscível em solventes orgânicos, acetona, acetatos etílico e butílico, tolueno. Pode ser diluído numa base.
- Mecanismo Ação: Age como repositor dos elementos essenciais como cálcio, cobre, zinco e ferro para formação das unhas, além de atuar nas ligações óxido redutores e participar do transporte de hidrogênio e da transpeptidação durante a formação de cadeias de queratina.
- Dosagem Usual: é utilizado em concentrações de 0,5 a 1%

OUTRO PRINCIPIO ATIVO PARA UNHAS:

Nome Comercial: Oenoderm
Nome Químico:
Fornecedor: Brasquim Industria Química Ltda.
Fabricante: Libiol
Literatura:
- Descrição: Ativo composto por óleos de prímula e de gérmen de trigo. Auxilia a preservar as unhas e promover seu crescimento.
- Mecanismo Ação:
- Dosagem Usual: Utilizado em concentrações de 0,5 a 100%

CABELOS

Nome Comercial: Luna Matrix System
Nome Químico: álcool berrénico, cetílico e isocetílico, quaternium 70, dimetil metilsiloxano, vitamina E, N-acetilcisteína, arginina.
Fornecedor: Germinal, Spectrum Química
Fabricante: ISP – International Specialty Products
Literatura:
- Descrição: indicado para cabelos fracos, quebradiços, danificados e quimicamente tratados. Usado em xampus, condicionadores, produtos sem enxágue e ampola capilar. O pH de estabilidade varia entre 3,0 e 8,0.
- Mecanismo Ação: atua em todas as fases da cutí¬cula e do córtex, devolvendo o brilho e a maciez naturais dos cabelos e fornecendo proteção extra aos futuros danos causados pelos procedimentos quí¬micos ou mecânicos (escova, chapinha etc.)
- Dosagem Usual: Utilizado na concentração de 0,5 a 10%, sendo ideal 5,0%
- Exemplos de Formulação:

CONDICIONADOR PARA CABELOS DANIFICADOS
Luna Matrix System                         5%
Condicionador base qsp            100%
Modo de Usar: aplicar no cabelo, após usar xampu e enxaguar.

TÔNICO CAPILAR
Luna Matrix System                      5%
Concentrated Prodhyhair             4%
Loção hidroalcoólica qsp         100%

XAMPU PARA CABELOS DANIFICADOS
Luna Matrix System                                    5%
Xampu Base                                           100%
Modo de Usar: usar como xampu

Nome Comercial: Lactil
Nome Químico: lactato e PCA sódico, glicina, ureia, niacinamida, ácido lático, inositol, benzoato de sódio e frutose.
Fornecedor: Galena
Fabricante: Degussa
Literatura:
- Descrição: indicado para nutrir, regenerar e estimular células epidérmicas, além de proporcionar suavidade e hidratação. Solúvel em água e insolúvel em óleos. O pH de estabilidade varia 5,5 e 8,5
- Dosagem Usual: Utilizado em concentrações de 1 a 3%.
- Exemplos de Formulação:

XAMPU HIDRATANTE PARA CABELOS OLEOSOS
Lactil                                                            2%
Extrato glicólico de Hamamemlis            2%
Xampu base qsp                                   100%

XAMPU HIDRATANTE PARA USO DIÁRIO
Lactil                                                             3%
Seaweed Extrapon                                    1%
Xampu para uso diário qsp                  100%

Nome Comercial: Lipossomas PML pró Capilar
Nome Químico:
Fornecedor: Galena
Fabricante: Lipotec
Literatura:
- Descrição: Ativo controlador do sebo. Veicula extratos vegetais (extrato Panax japonicus, extrato de camomila e extrato de baço bovino e vitamina E). Pode ser associado a queratina, Hidroviton, filtros solares ou d-pantenol. Usado em loções, cremes, xampus e tônico capilares. O pH de estabilidade varia entre 4,8 e 8,0.
- Dosagem Usual: Utilizado em concentrações de 10 a 20%
- Exemplos de Formulação:

XAMPU ANTIQUEDA
Lipossomas PML pró capilar                  10%
Extrato glicólico de café                            2%
Extrato glicólicode guaraná                      2%
Xampu base qsp                                    100%

XAMPU ANTIQUEDA
Lipossomas PML pró capilar                    12%
d-pantenol                                                   0,3%
Hairactive                                                     20%
Xampu base qsp                                       100%

Nome Comercial: Procapil
Nome Químico: Butileno glicol, água, PPG – 26-Buteth-26, PEG-40 Hidrogenado Castor Oil, Apigenin, Oleanolic Acid, Biotinyl Tripeptide-1
Fornecedor: Croda
Fabricante: Sederma
Literatura:
- Descrição: Combinação de matrikina vitaminada com apigenina, um flavonóide de frutas cítricas e ácido oleanólico das folhas de oliveira. Usado em produtos para tratamento de queda de cabelos como loções, condicionadores e produtos leave on. Hidrossolúvel
- Mecanismo Ação: Inibe a 5 alfa-redutase,estimula a microcirculação e o metabolismo celular.
- Dosagem Usual: utilizado em concentrações de 3%
- Exemplos de Formulação:
XAMPU ANTIQUEDA
Procapil                                3%
Xampu base qsp            100%

OUTROS PRINCÍPIOS ATIVOS PARA CABELOS:

Nome Comercial: Ceramida SH – 1%
Nome Químico: Ceramida vegetal glicosilada, hidrocarbonetos vegetais, ácidos graxos livres, esteróis e ésteres etoxilados.
Fornecedor: DEG
Fabricante: DEG
Literatura:
- Descrição: É usado em xampu, dissolvido previamente em dietanolamida de ácido graxo de coco da formulação a ser realizada. O pH de estabilidade varia entre 5,5 e 7,0.
- Mecanismo Ação: este ativo possui ação re-estruturante sobre o estrato córneo, atuando como agente de coesão entre os corneócitos, a nível do couro cabeludo e do fio, consequentemente diminuindo as descamações; promove a reestruturação dos cabelos danificados por tratamentos químicos ou detergentes, promovendo o alinhamento das escamas de queratina, diminuindo a aparência de cabelo quebradiço e pontas duplas; proporciona regulação não oclusiva da perda de água transepidérmica, conseguindo uma melhor hidratação do fio e consequentemente um melhor relaxamento; melhora o índice de reflexão do cabelo com consequente aumento substancial do brilho.
- Dosagem Usual: Utilizado em concentrações de 0,5 a 3%

Nome Comercial: Complexo Biovegetal
Nome Químico: Meththysilanol Acetyltyrosine, Cooper acethymethionane, Walnut Extract, Tea Extract, Rosemary extract, Hops extract, Henna extract.
Fornecedor: Vital Especialidades
Fabricante: ION tecnologias e Serviços
Literatura:
- Descrição: Contém derivado de tirosina, acetilmetionato de cobre, extratos de nogueira, erva-mate, alecrim, lúpulo e henna. São precursores de melanina e ativos botânicos tonalizantes. É usado em produtos tipo haircare como xampus, condicionadores, máscaras capilares, tratamentos leave on e ampolas. Este ativo também é usado em produtos tipo skincare como emulsões e géis. O Ph de estabilidade varia entre 4,5 e 5,5.
- Mecanismo Ação: Foi desenvolvido para realçar e tonalizar o bronzeado, a coloração natural e o brilho dos cabelos escuro.
- Dosagem Usual: Utilizado em concentrações de 1,0 a 8%

Nome Comercial: Vitahair
Nome Químico: D-pantenol em solução a 75%
Fornecedor: Gerbrás
Fabricante: gerbrás
Literatura:
- Descrição: Indicado para a prevenção do ressecamento dos cabelos e couro cabeludo, repara danos mecânicos e danos causados por tratamentos químicos, suaviza e condiciona a cutícula, deixando-a regular e sem resíduos. Usado em produtos para cabelo e a pele.
- Mecanismo Ação:
- Dosagem Usual: Utilizado em concentrações de 0,5 a 3%

Nome Comercial: Ceraphyl 70
Nome Químico: Quaternium-70, Propilene Glycol
Fornecedor: Germinal, Spectrum Quimica
Fabricante: ISP – International Specialty Products
Literatura:
- Descrição: Quatérnio de cadeia alquílica disperso em propilenoglicol. Possui propriedades antiestática, desembaraçante, emulsionante na presença de álcoois e ácidos graxos, tem ação sinérgica com o cloreto de cetiltrimelamônio, substitui o cloreto de cetiltrimetilamônio com menor potencial irritante, melhora a penteabilidade e oferece proteção térmica. Usado em produtos com enxágue: xampus, condicionadores, produtos para cabelos ressecados ou quimicamente tratados, produtos infantis, mousses para modelar, máscaras de tratamentos e loções em spray. Em emulsões deve ser adicionado a fase oleosa e pode ser aquecido a 75 ou 80ºC; em xampus pode ser incorporado à amida com aquecimento a 60ºC e adicionado à formulação.
- Mecanismo Ação:
- Dosagem Usual: Utilizado em concentrações de 2,5 a 4% em produtos com enxágue e de 0,5 3% em produtos sem enxágue.

Nome Comercial: Queratina Líquida Hidrolisada
Nome Químico: Hydrolyzed Keratin
Fornecedor: Via Farma Importadora Ltda
Fabricante: Brasquim
Literatura:
- Descrição: Substancia rica em aminoácidos que aumenta a resistência capilar. Usada em produtos capilares tais como xampus, condicionadores, sem enxágue, geis e máscaras capilares.
- Mecanismo Ação:
- Dosagem Usual: Utilizada em concentrações de até 1%

Nome Comercial: Keratec IFP
Nome Químico:
Fornecedor: Mapric Produtos Farmacocosméticos Ltda, Quimper Comercio de Produtos Químicos Ltda, Alpha Química Ltda, phytoflora Comercial Ltda.
Fabricante: Croda
Literatura:
- Descrição: Água, queratina e queratina hidrolisada. Peptídeos de queratina e queratina de alto peso molecular obtidos da lá de carneiro, indicada para o fortalecimento da estrutura capilar. Usado em xampus, rinses, condicionadores, cremes para pentear, máscaras, manteigas capilares e produtos de condicionamento destinados à reconstrução e ao reparo de cabelos danificados por tratamentos químicos.
- Mecanismo Ação: Leva a hidratação até o córtex capilar e nutre o fio internamente. Promove também o fechamento das cutículas e recuperação dos danos desta estrutura, formando filme que protegerá o cabelo contra futuras agressões, condicionando naturalmente o cabelo.
- Dosagem Usual: Utilizado em concentrações de 1 a 5%

Xampus

São produtos destinados primariamente à limpeza dos cabelos e couro cabeludo, porém podem ser acrescidos de princípios ativos com ação terapêutica.

Características das formulações de xampus:

- Organolépticas: atender as características de marketing escolhidas de acordo com o público alvo. Características visuais e olfativas;

- Volume de espuma e detergência: espuma cremosa e abundante, com bolhas pequenas e úmidas, transmitindo a sensação de cremosidade. Ter detergência equilibrada para não agredir os fios do cabelo e o couro cabeludo.

- Viscosidade: a viscosidade deve ser suficiente para não escorrer das mãos do consumidor no momento do uso, além de evitar a separação de fases.  O consumidor tem a ideia de quanto mais viscoso melhor é o xampu. Xampus medicinais nem sempre possuem viscosidade.

- Funcionalidade: atender ao efeito proposto sem causar danos aos cabelos e ao meio ambiente (inocuidade).

Componentes básicos de um xampu

Uma formulação básica de xampu contém diversas substâncias que pertencem a diferentes classes e que podem apresentar funções específicas e/ou atuarem sinergicamente.

- Água: veículo responsável pela diluição dos tensoativos. É a matéria–prima de maior concentração na formulação, devendo possuir boa qualidade microbiológica e química.

- Tensoativos (detergentes): substância que por possuir em sua estrutura molecular grupos hidrofílicos (que se ligam a água) e lipofílicos (se ligam a gordura).
São chamados de tensoativos primários quando tem a capacidade de alterar a tensão superficial ou interfacial de um sistema, em xampus tem a função de alterar a força entre sujeira e cabelo, removendo-a e também de produzir espuma. 
São chamados de tensoativos secundários quando apresentam detergência e espuma fraca se utilizados sozinhos, mas quando em associação com os primários conseguem uma excelente resposta final. São usados para melhorar as características dos primários: diminuição da irritabilidade, melhor condicionamento do cabelo, aumento da viscosidade e maior estabilidade de espuma.
Os tensoativos podem ser divididos em:

Aniônicos: em contato com a água o grupamento polar adquire carga negativa. São bons detergentes, geram espuma abundante, mas seu pH é alcalino: alteram a queratina. São os alquilsulfatos, lauril sulfatos e lauril éter sulfatos na forma de sais de sódio, trietanolamina e amônia.

Lauril Sulfato de Sódio (LSS):

- Alta ação tensoativa, detergência e poder espumante.
- Produz espuma cremosa.
- Muito agressivo.
- Utilizado na produção de alguns xampus cremosos, cremes dentais, detergente e loções de limpeza.
- Nomes comerciais: Texapon LS, Genapol LSS e Surfax 100.

Lauril Éter Sulfato de Sódio (LESS):

- Excelente poder de limpeza e espuma.
- Bom espessante.
- Responde bem à adição de eletrólitos.
- É bem menos irritante do que o LSS
- Pode ser associado a outros tensoativos.
- Excelente custo-benefício.
- Utilizado na faixa de 16 a 30%
- Nomes comerciais: Texapon 70, Laurion N e Genapol LRO.

Lauril Éter Sulfato de Trietanolamina:

- Ótimo poder espumante e detergência.
- Baixa irritabilidade aos olhos.
- Alto custo.
- Incovenientes: difícil de espessar e alta afinidade pelo fio do cabelo, levando ao depósito.
- Nomes comerciais: Texapon TB.

Lauril Sulfato / Lauril Sulfato de Amônia:

- Excelente poder espumante.
- Indicados para formulação de xampus suaves e sabonetes líquidos.
- Excelente reserva de viscosidade e resistência à hidrólise ácida.
- Incoveniente: necessidade de serem utilizados em pH mais ácido, pois acima de pH 6,5 ocorre hidrólise com liberação de amônia.
- Concentração recomendada: 20 – 30%
- Nomes comerciais: Texapon AM, Alkapon MA, Genapol NH.

- Análise comparativa entre os sais de amônia, trietanolamina (TEA) e sódio (Na): os sais de amônia são tensoativos intermediários entre os sais de sódio e os de trietanolamina.

Viscosidade:                                Na > Amônia > TEA
Poder de espuma:                       Na > Amônia > TEA
Solubilidade em água:                TEA > Amônia > Na
Estabilidade à hidrólise ácida:  TEA > Amônia > Na
Compatibilidade:                         TEA > Amônia > Na

Lauril Éter Sulfossuccinato de Sódio:

- Mais suave do que o LESS.
- Indicado para produtos infantis e de uso facial.
- Poder espumante menor e menos resistente à adição de eletrólitos do que o LESS.
- Concentração recomendada: 18 25%.
- Nomes comerciais: Texapon SBN, Laurion SLA.

Anfóteros: dependendo do pH do meio, adquirem carga positiva (pH ácido) ou negativa (pH alcalino). Possuem bom poder espumante, não são irritantes (são utilizados nos xampus para bebês), têm uma boa compatibilidade com a pele. Potencializa-se seu poder detergente pela adição de tensoativos aniônicos. São as betaínas, imidazolinas e lipoaminoácidos.

Cocoamidopropilbetaína:

- Estabilizador de espuma.
- Agente condicionante, proporciona uma excelente penteabilidade.
- Associado a aniônicos aumenta a viscosidade dos xampus.
- Concentração recomendada: 3 – 6%
- Nomes comerciais: Dehyton KB, Betainon CAPB.

Cocoanfocarboxiglicinato de Sódio:

- Estabilizador de espuma.
- É o menos irritante dos tensoativos anfóteros, sendo o principal co-tensoativo utilizado em produtos infantis.
- Excelente para reduzir a irritabilidade causada pelos tensoativos primários.
- Não deve ser utilizado como único tensoativo, pois possui grande afinidade pelo cabelo podendo deixar resíduos.
- Concentração recomendada: 3 – 6%
- Nomes comerciais: Dehyton G, Betainon AC50.

Não-iônicos: não formam carga ao entrar em contato com a água. Não desnaturam o cabelo. São misturados frequentemente a um outro tensoativo. São alcanolamidas de ácido graxo de coco e alquilpoliglicosídeos.

Dietanolamida de Ácidos Graxos de Coco:

- Alto poder espessante: aumentam a reserva de viscosidade do sistema permitindo uma maior absorção de água e uma maior resistência à eletrólitos.
- Estabilizador de espuma: auxiliam a solubilização de vários componentes que tendem a diminuir o poder de espuma dos tensoativos aniônicos (óleos, ésteres graxos, lanolina), conferindo maior estabilidade ao sistema.
- Possui efeito sobre-engordurante devido sua estrutura graxa e seu baixo poder de detergência, reduzindo o efeito de ressecamento produzido pelos tensoativos aniônicos.
- Concentração utilizada: 1 – 5%
- Nomes comerciais: Comperlan KD

Lauril poliglicosídeo:

- Estabilizante de espuma e doador de viscosidade.
- Extremamente suave (pele e olhos).
- Utilizado para formular xampus sem alcanolamidas.
- Nome comercial: Plantarem 1200.

Decil poliglicosídeo:

- Pode ser utilizado como tensoativo primário em algumas formulações.
- Baixo poder irritativo.
- Concentração utilizada: 4 – 12%.
- Nome comercial: Plantarem 2000.

Catiônicos: em contato com a água o grupamento polar adquire carga positiva. São empregados em formulações de condicionadores neutralizando a carga eletroestática dos cabelos deixada pelo xampu. Exemplos: sais de alquil amônio.

Sobre-engordurantes: durante o processo de lavagem dos cabelos os tensoativos exercem excessiva ação desengordurante. Os sobre-engordurantes servem para repor parte da oleosidade perdida durante o processo de lavagem além de exercerem ação estabilizadora de espuma e melhorar a viscosidade das formulações. Exemplos: alcanolamidas de ácido graxo de coco, óleos e ceras e ésteres de ácidos graxos.

Óleos e ceras:

- Normalmente agem por fixação nas cutículas do cabelo impedindo a ação agressiva dos tensoativos.
- Fornecem brilho e maleabilidade aos fios do cabelo.
- Se utilizadas na forma direta requerem uma solubilização prévia, já que o meio da formulação é hidrossolúvel. Podem ser utilizados na forma etoxilada, mas que geralmente leva à redução da viscosidade.
- Exemplos: lanolina e lanolina etoxilada (0,5 – 2%), óleo de jojoba, macadâmia e amêndoas (0,5 – 2%), manteiga de Karité (0,5 – 1%).

Ésteres de ácidos graxos:

- Sobre-engordurantes hidrossolúveis.
- Evitam o ressecamento mesmo após o enxágue, formando um filme protetor.
- Não alteram significativamente o volume de espuma, mas podem reduzir a viscosidade.
- Concentração: 1 - 5%.
- Nome comercial: Cetiol HE.

Espessantes: São adicionados para aumentar a viscosidade do xampu, permitindo que ao ser despejado do frasco possa ser aparado pelas mãos, não escorrendo pelos dedos. Exemplos:
- Cloreto de sódio: melhor espessante, aumenta a viscosidade do xampu até um valor máximo, se ultrapassar este valor ocorre uma diminuição drástica da viscosidade, sem possibilidade de correção.
- Derivados da celulose: Natrosol (hidroxietilcelulose).
- Geleificantes: Carbopol.
- Polissorbatos.

-Estabilizantes de espuma: derivados de ácidos graxos. Exemplos: já citados acima.

Conservantes: são indicados conservantes de amplo espectro, solúveis em água e de baixo custo. Exemplos: Nipagim e Nipazol, Germal 115, Phenova (fenoxietanol + parabenos).

Corretivo de pH: o pH ideal para um xampu está na faixa de 5,5 a 6,5. Acidular com solução de ácido cítrico.

Agentes sequestrantes: Formam complexos com íons metálicos. Exercem efeito sinérgico com os agentes conservantes, além de prevenir a descoloração do produto. Exemplo: EDTA.

- Essências e agentes corantes: de grande importância. Apesar de não ser um componente funcional, contribui muito para a estética do produto. Devem ser hidrossolúveis. Exemplos:
- Corante azul = essência algas marinhas
- Corante verde = essência babosa (aloe)
- Corante vermelho = essência floral (DNA) – xampu de cetoconazol

Opacificante e perolizantes: confere efeito perolado no xampu, são chamados de bases peroladas. Também servem para mascarar a turbidez deixada por alguns componentes. Geralmente levam à diminuição da viscosidade.
Os principais agentes perolizantes são obtidos da reação entre o ácido esteárico e o monoetilenoglicol, originando os monoestearatos (mais brilho e menor opacidade) e diestearatos (menos brilho e maior opacidade).

Diestearato de etilenoglicol:

- Também apresenta ação emulsionante.
- Encontra-se na forma de escamas, o que necessita de aquecimento para incorporação.
- Concentração utilizada: 2 - 5%.
- Nome comercial: Lipal EGDS.

Monoestearato de etilenoglicol:

- Concentração utilizada: 2 – 5%.
- Nome comercial: Lipal EGMS.

LESS + Diestearato de etilenoglicol:

- São bases prontas que podem ser incorporadas a frio, levando a uma facilidade e menor custo de produção.
- Nomes comerciais: Texapon N perolado (2 -10%), Dehykont PK771 (forma de pasta 2 – 5%).

Aditivos veiculados em xampus

Cosmiátricos:
Proteínas: por terem afinidade pelos fios do cabelo, se depositam formando um filme, protegendo-o. Também possuem efeito condicionante. Exemplos:
- Proteínas do leite e do trigo: ação condicionante;
- Aminoácidos da seda: penetram na cutícula do cabelo fixando umidade dando mais brilho.
- Hidrolisado de queratina: reparador da cutícula capilar, devido sua composição rica em cistina.

Vitaminas:
- Vit A palmitato: hidratante capilar, aumenta o brilho;
- D-Pantenol (pró-vitamina B5): agente regenerador e hidratante. Umectante de longa duração. Previne formação de pontas duplas.
- Vit E: umectante capilar, melhora a maleabilidade dos cabelos.

Silicones: muito utilizados porque: estabilizam espuma, aumentam o brilho, aumentam o condicionamento, melhoram a penteabilidade, reduzem o tempo de secagem e reduzem os danos causados pelo calor dos secadores. Exemplos: Dow Corning 556, 593 e 749.

Fitoterápicos:
Extratos: o mais indicado é o extrato glicólico, para que não haja uma redução muito drástica da viscosidade e poder de espuma da formulação. Exemplos:
- Extrato de Aloe vera: estimulante do crescimento capilar;
- Extrato de Jaborandi e Quina: utilizado em xampus anti-queda;
- Extrato de Camomila: clareador natural. Rico em apigenina e azuleno, substâncias que ao se depositarem sobre os fios de cabelo refletem a luz dando uma tonalidade dourada;
- Extrato de Agrião: combate a oleosidade dos cabelos;

Terapêuticos:

- Anticaspa  - Cetoconazol, Octopirox, Piritionato de zinco;
- Seborreia - Sulfeto de selênio;
- Antiqueda - Minoxidil, Quina;
- Antipsoríase  - Lcd, Coaltar;
- Pediculicida - Permetrina, Benzoato de benzila.

Filtros solares: a exposição ao sol quebra as ligações dissulfídricas do cabelo, causando alterações na coloração e na cutícula. Deixa os cabelos quebradiços e difíceis de pentear. O fotoprotetor capilar deve ser hidrossolúvel e ter afinidade pelo fio de cabelo fixando-se nele. Exemplos: Incroquat UV 283 (Croda) e Escalol HP 610.

Condicionantes: são substâncias que quando adicionadas aos sistemas tensoativos promovem efeito condicionante, ou seja, aumenta a maciez dos fios e melhora a penteabilidade.
- Cloreto de dimetil hidroxietil cetil amônio (Dehyquart E): tensoativo catiônico com capacidade de neutralizar a carga residual negativa deixada pelo xampu, agindo como antiestático. Cuidados: pode causar uma instabilidade na formulação devido a diferença de cargas.
- Goma guar quartenizada: ação espessante, condicionante e antiestática. Melhora penteabilidade e dá flexibilidade aos fios do cabelo. Quando adicionando em xampus deixa a formulação turva.
- Fomblim HC/25®: polímero fluído perfluorado com características formadoras de filme e protetoras. Apresenta características lubrificantes e de hidrofobicidade.  Melhora a penteabilidade, aumenta o brilho e reduz o fly-away através da diminuição da perda de umidade.

Outros:

- Helioxine® (Galena): filtro solar capilar natural composto de fotorreceptores e polifenóis, combinados com os constituintes protéicos e polissacarídicos obtidos das flores do girassol. Tem a capacidade de absorver e neutralizar a radiação ultravioleta.

- Cegaba® (DEG): molécula intermediária da síntese do GABA da poliamina, substâncias que estimulam o crescimento e proliferação capilar.
- Zetesol ZN® (High Chem): tensoativo suave formado por alquil éter sulfato de zinco, utilizado em formulações de xampus para o controle da caspa e de outras anormalidades relacionadas com a oleosidade excessiva ou proliferação bacteriana.

- Kopexil® (SP Farma): derivado do minoxidil, é uma molécula que reduz a queda capilar e induz e estimula o seu crescimento tanto em homens quanto em mulheres.

- Luna Matrix System® (ISP/Germinal): é um sistema de emulsão óleo/glicol composto por silicones e aminoácidos(N-acetilcisteína, arginina, lauroil lisina) que tem a finalidade de reconstruir a fibra e repor a massa capilar.

- Follicusan® (Pharmaspecial): bioativo composto de uma fração derivada do leite, pantenol, inositol e aminoácidos sulfurados em meio hidroalcoólico. Apresenta a propriedade de estimular o metabolismo das células do couro cabeludo, incluindo os folículos pilosos.

Condicionadores

Quando os cabelos apresentam as escamas da cutícula danificadas ou carregadas de cargas elétricas negativas, adquirem aspecto ressecado, sem brilho, arrepiado e embaraçam facilmente.
Alguns fatores que contribuem para que isso aconteça:

- Tratamentos químicos – destruição da cutícula;
- Lavagens frequentes – xampus com grandes concentrações de detergente ou ph alcalino;
- Escovação frequente – ativa a eletrostática das escamas da cutícula;
- Secadores elétricos – cargas elétricas negativas do ar e desidratação dos fios;
- Sol e vento – desidratação dos fios;
- Ar condicionado – retira a umidade do ar;
- Distúrbios de saúde – falta de óleos poli-insaturados, vitaminas, proteínas, etc.
Os condicionadores formam uma película invisível sobre os fios com cargas elétricas positivas, que fecham as escamas e facilitam o pentear. Possuem, ainda, princípios ativos com peso molecular muito pequeno, que penetram no Córtex capilar e recompõem sua estrutura.

Conceito

São preparações farmacêuticas e/ou cosméticas que apresentam como objetivo a restauração das características naturais dos cabelos após ação dos xampus, bem como facilitar a penteabilidade, diminuir as possibilidades de rupturas e fornecer brilho aos cabelos.

Características

Organolépticas:

- Visual (cor, tipo)
- Olfativa (fragrância)

Espuma

Ao contrário dos xampus, a presença ou formação de espuma nos condicionadores é inaceitável. Quando isto ocorre o consumidor interpreta como resíduos do xampu.

Funcionalidade

- Neutralização das cargas elétricas negativas deixadas pelo xampu;
- Formação de um filme lubrificante sobre os fios do cabelo;
- Facilitar a penteabilidade dos cabelos de modo que minimize as possibilidades das rupturas.
- Fornecimento de brilho aos cabelos, devido ao fechamento das cutículas.

Aspecto dos condicionadores

Condicionadores transparentes:

- Transmitem ideia de pureza, limpeza e não de oleosidade;
- São empregados em formulações para cabelos oleosos ou seborreicos.
- Por não apresentarem ácidos graxos na formulação, não passam a ideia de hidratação;
- Geralmente apresentam pouca aceitação.

Condicionadores opacos e/ou coloridos:

- Transmitem a ideia de cremosidade, tratamento cosmético.
- São os mais utilizados.

Classificação quanto à finalidade

- Condicionador para cabelos sem brilho e volume;
- Condicionador para tratamento de cabelos danificados;
- Condicionador para cabelos secos;
- Condicionador para cabelos oleosos;
- Condicionador para cabelos étnicos;
- Condicionador Leave on/in.

Composição básica

- Emulsionante primário: são substâncias que garantem a carga positiva às formulações, fornecendo assim as características condicionantes. Os tensoativos catiônicos são atraídos pelas cargas negativas deixadas nos cabelos pelos xampus.

Sais de amônio quartenário:

- São os emulsionantes catiônicos mais utilizados nos condicionadores. Por serem irritantes para pele e mucosas, são utilizados em baixas concentrações (máximo 2%), não devendo permanecer nos cabelos.
- Não são biodegradáveis;
- Nomes comerciais: Dehyquart A, Genamim (Cloreto de cetil trimetil amônio).

Ésteres catiônicos

- Menos irritantes para pele e mucosas do que os sais de amônio.
- São biodegradáveis;
- Efeito condicionante um pouco menor.
- Concentração de uso: 2 a 5%
- Nomes comerciais: Dehyquart F 75, Dehyquart C4046.

- Emulsionantes secundários: são substâncias que vão garantir à formulação viscosidade e estabilidade. Exemplos: álcool cetoestearílico, álcool cetílico, álcool estearílico.

- Umectantes: substâncias que garantem a umectação das formulações e dos cabelos. Fornecem brilho, penteabilidade, hidratação e condicionamento aos cabelos. Podem ser utilizados como excelente apelo de marketing, bastando direcionar a escolha do ativo. Exemplos: óleo mineral, óleo de macadâmia, óleo de amêndoas doces, óleo de silicone, manteiga de karité, lanolina etoxilada.

- Conservantes, perfumes e corantes.

- Corretores de viscosidade: são substâncias que como nos xampus servem para aumentar a viscosidade das formulações após a adição de ativos. Exemplos: Álcool cetoestearílico: aumentar 10 a 20% da concentração inicial.

- Aditivos especiais.

- Veículo: água purificada.

Géis

Definição

Os géis são definidos como sistemas semi-sólidos constituídos por dispersões de pequenas partículas inorgânicas ou de grandes moléculas orgânicas, encerradas ou interpenetradas por um líquido.

Tipos de géis

Géis hidrofílicos:

Uma das formas cosméticas e farmacêuticas mais apreciadas pelo consumidor. São obtidos pela dispersão de agentes geleificantes em meio aquoso. Sua transparência cristalina proporciona beleza ao produto, transmite ideia de pureza, refrescância e ausência de oleosidade.

Alguns géis aquosos são muito transparentes, enquanto outros podem se apresentar um pouco turvos. Isto ocorre porque os componentes do gel podem não estar dispersos ou podem formar agregados que irão dispersar a luz.

Em função do tipo de polímero utilizado, são obtidas propriedades aplicáveis às diferentes necessidades da formulação, assim como, transparência, solubilidade em água ou em solventes miscíveis com água, estabilidade frente a valores extremos de pH e aos eletrólitos e o sensorial na pele, uma vez que, todos os polímeros tendem a se tornarem pegajosos, quando estão na fase de transição úmido-seco.

A concentração usual de um agente geleificante é de 0,5 a 2%.

Géis hidrofóbicos:

Pouco usuais na cosmética, devido a pegajosidade excessiva que apresentam. Os géis oleosos encontram bastante aplicação no campo farmacêutico. Consistem de parafina líquida com polietileno ou veículos oleosos com sílica coloidal ou sabões de alumínio ou magnésio.

Possuem grande variedade de aplicações na administração de medicamentos por via oral, tópica, nasal, vaginal e retal. Também podem ser utilizados como base para pomadas.

Composição dos géis

Veículos

Responsáveis pela aparência, solubilidade e sensorial das preparações geleificadas. Os veículos mais utilizados são: água purificada, álcool etílico, óleos minerais, isoparafinas e silicone volátil.

Espessantes poliméricos

Moléculas naturais ou sintéticas que apresentam capacidade de absorver e intumescer em água ou solventes miscíveis em água, formando géis de viscosidade variável.

Polímeros mais utilizados

Derivados da celulose

Hidroxietilcelulose (Natrosol ®, Cellosize ®)

- Polímero não-iônico,
- Age como espessante, aglutinante, estabilizante e como agente suspensor,
- Estável na faixa de pH de 2 a 12. No entanto, em pH menor do que 5 pode ocorrer hidrólise e na faixa alcalina pode ocorrer oxidação ocasionando a degradação do polímero e queda de viscosidade,
- O pH alcalino e o aumento de temperatura aceleram a velocidade de hidratação do polímero,
- O aumento de temperatura, produz redução da viscosidade, recuperável com o resfriamento.
- Compatível com a maioria das soluções salinas,
- Insolúvel em grande parte de solventes orgânicos,
- Compatível com tensoativos aniônicos, anfóteros e catiônicos (para espessamento de xampus).
- Concentração usual 0,5 a 2%.

Hidroxipropilmetil celulose (Methocel ®)

- Polímero não-iônico,
- Estável na faixa de pH 3 -11,
- Insolúvel em água quente e solúvel e soluções alcoólicas até 50%,
- Aumento da temperatura produz redução da viscosidade, recuperável com o esfriamento,
- Compatível com tensoativos aniônicos, anfóteros e catiônicos (para espessamento de xampus).
- Concentração usual de 0,5 a 2%

Carboximetilcelulose sódica (CMC sódica)

- Possui ótima solubilidade em água fria ou quente,
- Possui uma ampla faixa de viscosidade,
- Sua viscosidade sofre influências de fatores externos, como velocidade de agitação (cisalhamento), tempo de agitação e temperatura.
- Concentração usual de 0,5 a 2%

Gomas

Goma Selerotium (Amigel ®)

- Polímero não-iônico,
- Suporta até 10% de eletrólitos,
- Compatível com ácido glicólico, fosfórico e tricloroacético,
- Não sofre hidrólise enzimática,
- Concentração usual de 1 a 2%.

Goma xantana (Keltrol ®)

- Polímero aniônico,
- Estável na faixa de pH de 4 a 10, fora desta faixa pode perder viscosidade,
- Perde viscosidade (reversível) com o aumento da temperatura,
- Compatível com a maioria dos sais,
- Compatível com tensoativos aniônicos e anfóteros (até 15%) e com não-iônicos (até 20%). Incompatível com catiônicos.
- Agentes oxidantes como peróxidos e hipoclorito degradam a goma xantana,
- Não sofre hidrólise enzimática,
- Concentração usual de 0,5 a 2%.

Goma Guar

- Polímero não iônico,
- Utilizado como agente espessante, aglutinante e como agente suspensor,
- faixa ideal de pH: 7,5 – 9.

Carbômeros

São polímeros sintéticos de alto peso molecular e ligações cruzadas do ácido acrílico. Se apresentam na forma de pós brancos, pouco densos, higroscópicos e de odor característicos. São usados como agente espessante, suspensor e estabilizante de emulsões ) O/A.

Os carbômeros na forma ácida devem ser neutralizados com hidróxidos ou aminas. O pH de uma dispersão aquosa a 1% situa-se entre 2,7 e 3,5. Microbiologicamente o pó seco não é suporte para o crescimento de fungos e leveduras, mas microrganismos poderão crescer nas dispersões aquosas.

Carbômero 940 (Carbopol 940 ®)

- Forma gel aniônico,
- Apresenta queda de viscosidade quando em altas temperaturas,
- Solúvel em água,
- São incompatíveis com altas concentrações de eletrólitos,
- Estável na faixa de pH 5 - 10. Em pH muito ácido não dá viscosidade, é necessário subir o pH da dispersão (neutralizar). Utiliza-se solução de NaOH, treitanolamina ou AMP 95.

Poliacrilamida (Sepigel ®)

- Polímero aniônico,
- Produz géis opacos, sem neutralização e a temperatura ambiente,
- Compatível com álcol e glicóis,
- Concentração usual: 2 – 5%

Poligliceril metacrilato (Lubrajel ®)

- Apresenta propriedades espessantes e hidratantes,
- Tem a vantagem de não perder a água mantida em seu interior, não ressecando mesmo quando esposto ao ar por períodos prolongados,
- Concentração usual: 2 a 40%.

Co-polímero do ac. Sulfônico Acriloildimetiltaurato (Aristoflex  AVC ®)

- Polímero Sintético Pré-Neutralizado
- Fácil de preparar. Dá origem a géis aquosos transparentes e com alta viscosidade e estabilidade em pH 4 - 9.
- Ao contrário dos polímeros tradicionais, confere uma sensação agradável a pele, sem toque pegajoso.
- Estável até mesmo com ativos difíceis de se trabalhar, como Hidroquinona, AHA’s, ATA, Gentamicina, Neomicina, etc.

Outros

Dióxido de silício (Aerosil ®)

- Age como espessante para veículos oleosos (gel hidrofóbico),
- Insolúvel em água,
- Dificilmente forma gel transparente (gel opaco),
- Concentração usual: 0,5 a 15%.

Controle de qualidade dos géis

Análise visual

Devem ser avaliados parâmetros com cor, odor e aspecto do produto.

pH

O pH final é importante para garantir certas condições como solubilidade, transparência, viscosidade e estabilidade e ação, tanto do polímero como do princípio ativo. Pode ser medido diretamente no produto ou em caso de géis muito viscosos, prepara-se uma solução aquosa a 5 ou 10%.

Viscosidade

Parâmetro importante para avaliar a estabilidade da formulação e controlar a aplicabilidade e aparência do produto. Pode ser medida por vários tipos de viscosímetros (Copo Ford, Brookfield).

Densidade

O valor da densidade indica se houve incorporação excessiva de ar no produto. O excesso de ar pode afetar a estabilidade e dificultar seu envase. Para sua determinação utiliza-se o picnômetro.

Principais problemas:


Desodorantes e Antiperspirantes

Evolução:

- China 1500 a.C.: resinas aromáticas misturadas com gordura animal.
- Final de século XIX: começam a aparecer os primeiros cosméticos com finalidade desodorante e antiperspirante (pastas de óxido de zinco).
- Início do século XX: começam a ser utilizadas soluções aquosas de cloreto de alumínio aplicadas com swab de algodão.
- Década de 40: introduz-se no mercado soluções de cloridrato de alumínio e do aplicador Squezee bottle. Ainda nesta década se estabeleceu conexão entre as bactérias presentes nas axilas e o mau odor.
- Década de 60: inicia-se o uso de desodorantes aerossóis e também o uso de triclosan.
- Década de 70: começa a ser utilizado os complexos de cloridrato de alumínio e zircônio tamponados.
- Anos 90: surge a ideia de utilizar ativos encapsulados absorvedores de umidade e uso de bicarbonato de sódio para aumentar a eficácia desodorante.

Produção do suor

O suor é produzido pelas glândulas sudoríparas écrinas e apócrinas.

- Glândula écrina: Responsável pela formação do suor aquoso, cuja finalidade é impedir a hipertermia.
O pH do suor écrino varia de 3,8 a 5,6. Sua secreção é desencadeada por estímulo térmico ou psíquico. É o suor mais abundante e consiste em uma solução inodora diluída de íons e compostos orgânicos. Apesar de não ser o principal responsável pelo odor, ele supre a pele de água facilitando o desenvolvimento de bactérias.

- Glândula apócrina: possui estrutura semelhante às glândulas écrinas, porém encontram-se anexadas ao folículo pilo-sebáceo, e seu canal excretor desemboca diretamente na porção externa do canal que acompanha o pelo. Seu estímulo é hormonal.
A secreção do suor apócrino só começa na puberdade e consiste em um fluido viscoso, leitoso, rico em material orgânico e sem odor. O mau odor é formado a partir da ação de bactérias sobre os componentes deste suor, proteínas da pele e da secreção sebácea.

Perturbações da sudação

- Formação do mau odor

Na pele das axilas encontram-se bactérias, 75 a 85% gram-positivas, que ao metabolizarem as secreções das glândulas sudoríparas apócrinas, conferem o odor desagradável causado pela formação de substâncias como os ácidos isovalérico, acético, láctico, propiônico, butírico, capróico e caprílico.
O odor varia de pessoa para pessoa, podendo ser influenciado pelo tipo de alimento ingerido, estado físico e fisiológico de cada indivíduo.

- Hiper-hidrose

Consiste na produção excessiva do suor, podendo ser:

- Generalizada: ocorre em estados febris, diabetes, perturbações endócrinas, obesidade, malária, menopausa, ansiedade, entre outras.

- Localizada: observada mais frequentemente nas variações térmicas elevadas ou em situações emocionais. As mulheres são mais propensas a esta manifestação do que os homens. A intensidade varia de pessoas para pessoas e as regiões do corpo mais atingidas são as mãos, fronte, couro cabeludo, peito, costas e axilas.

Existe um tipo de suor chamado gustativo que se manifesta após a ingestão de determinados alimentos.
A aplicação de formulações cosméticas antiperspirante nestes casos é paliativa, não resolvendo o problema.

- Hipohidrose/Anidrose

Produção baixa ou ausência do mesmo.

Controle do odor

Existem três formas básicas para se controlar o mau-odor corporal causado pelo suor:

- Controlar a transpiração: os produtos cosméticos para controle da transpiração têm a função de retardar a saída do suor écrino e apócrino, portanto, diminuir água e nutrientes para as bactérias.

- Controlar a proliferação bacteriana: se não foi controlada a saída dos suores, há a necessidade de se diminuir a proliferação das bactérias que irão decompor o suor e formar o mau odor.

- Mascarar ou reduzir o odor formado: se mesmo com os mecanismos anteriores não foi possível impedir a formação do mau odor, é possível mascará-lo ou reduzi-lo utilizando-se perfumes ou substâncias que absorvam ou reajam com as moléculas produzidas.

Antiperspirantes

Segundo decreto 79094 de 05/01/1977 da ANVISA, antiperspirantes são “produtos destinados a inibir ou diminuir a transpiração, podendo ser coloridos e/ou perfumados, apresentados em formas e veículos apropriados, bem como associados aos desodorantes”.
Ao reduzir a secreção das glândulas écrinas e apócrinas, estes produtos acabam inibindo o crescimento bacteriano e funcionando como desodorantes indiretos.
Para serem eficazes os ativos antiperspirantes devem reduzir em, no mínimo, 20% a umidade da axila. A teoria que explica esta redução da transpiração é a da formação de um tampão no ducto sudoríparo, podendo ser por um molde de gel de alumínio ou de um complexo alumínio-queratina.

Legislação Brasileira para Antiperspirantes.

Os diferentes ativos utilizados em formulações antiperspirantes e suas recomendações de uso são regulamentados através da Resolução 215, de 25/07/2005. Esta resolução trás o nome da substância, sua concentração máxima autorizada, limitações e requerimentos, condições de uso e advertências.
A RDC 211 estabelece normas para rotulagem específica deste tipo de produto. Os rótulos devem conter:
- Usar somente nas áreas indicadas;
- Não usar se a pele estiver irritada ou lesionada;
- Caso ocorra irritação e/ou prurido no local da aplicação, suspender o uso imediatamente.
Se a apresentação for na forma de aerossol:
- Inflamável. Não pulverizar perto do fogo;
- Não perfurar nem incinerar;
- Não expor ao sol nem a temperaturas superiores a 50ºC;
- Proteger os olhos durante a aplicação;
- Manter fora do alcance de crianças.

Sais de Alumínio como ativos antiperspirantes

- Cloreto de alumínio:

Primeiro ativo usado como antiperspirante com boa eficácia. No entanto, causa irritação da pele, manchas e danos aos tecidos, devido ao pH ácido das soluções aquosas deste ativo.

- Cloridratos ou cloridróxidos de alumínio:

Suas soluções possuem pH mais próximo ao da pele, consequentemente tem menor grau de irritação e menor efeito de destruição de tecidos. O cloridróxido tem grau de irritação menor e pode ser utilizado em produtos hipoalergênicos.

- Cloridrato de alumínio e zircônio:

São complexos de alumínio/zircônio tamponados que, quando comparados ao cloridrato de alumínio, mostram-se mais eficazes ao mesmo tempo que mantêm os baixos índices de irritação.

Desodorantes

Tem como função combater o mau odor gerado pela ação das bactérias sobre o suor. Este processo pode ser dar evitando a formação do odor ou eliminando o odor formado.

Bactericidas e bacteriostáticos:

- Farnesol:

É um óleo essencial encontrado na camomila, citronela, laranja e sândalo. Em concentrações de 0,1 a 0,3% apresenta propriedade bacteriostática que inibe as bactérias responsáveis pela decomposição do suor. O mecanismo de ação é atribuído à propriedade desnaturante de proteínas e solventes de lipídeos que lesam a membrana citoplasmática de bactérias.

- Triclosan:

Possui amplo espectro de ação antimicrobiana. É amplamente utilizado em produtos desodorantes e em produtos cosméticos de higiene e limpeza como sabonetes e cremes dentais. Seu mecanismo de ação consiste em afetar a síntese de lipídeos importantes para formação da membrana celular e reprodução das bactérias.
É um ativo desodorante não tóxico, porém pode causar alguma irritação cutânea e dermatite de contato alérgica.

- Etanol:

Possui propriedades antissépticas, mas é mais utilizado como veículo nas formulações desodorantes. Como é muito volátil evapora rapidamente por isso é associado à glicerina ou propilenoglicol para diminuir sua evaporação.

- Cloreto de benzalcônio:

Tem ação antisséptica sendo mais eficaz em bactérias gram positivas.

Substâncias que mascaram ou reduzem o odor formado

- Bicarbonato de sódio:

Os odores possuem em sua composição grande quantidade de ácidos voláteis, os quais podem reagir com bicarbonato formando outros odores ou subprodutos menos odoríferos.

Absorvedores de odor

Os absorvedores de odor atuam por mecanismo de captação físico-química. Retêm no interior de suas moléculas as substâncias fétidas produzidas no processo de degradação do suor. Uma substância utilizada é o ricinoleato de zinco, que atua como uma esponja absorvendo as moléculas odoríferas produzidas pelas bactérias.

Formas de apresentação

Há varias formas de apresentação das formulações de desodorantes e antiperspirantes. As principais são:

Líquida: soluções, suspensões ou emulsões fluidas constituídas basicamente por uma mistura do ativo antiperspirante e/ou desodorante com veículo quase sempre formado por solução hidroalcoólica, mais uma fragrância e tensoativos solubilizantes. Os principais aplicadores para este tipo de formulação são:
Spray: sistema de aplicação simples, de baixo custo e boa performance. Normalmente constituído por uma embalagem plástica mole com uma tampa com batoque, é o chamado Squeeze bottle. Porém, já é comum encontrarmos no mercado embalagens com válvulas pump.
Roll-on: aplicador composto por um frasco com uma tampa contendo uma esfera que desliza na boca do frasco liberando o produto na pele. Utilizado para formulações na forma de emulsão.
Aerossol: embalagens formado por tubo metálico com uma válvula para aerossol. A formulação contém um gás propulsor.

Semi-sólidas: são emulsões viscosas (cremes) do tipo O/A formados por ativo desodorante e/ou antiperspirante sistema emulsionante, emolientes, umectantes, espessantes e fragrâncias. As principais embalagens são os potes e as bisnagas.

Sólidas: conhecidas como stick ou bastão. Leva em sua composição além do ativo uma cera espessante. O principal aplicador consiste de uma embalagem com quatro componentes básicos: um frasco, uma tampa, um disco de vedação e uma base de sustentação para a formulação moldada. Esta base é conectada a um disco de controle de elevação do produto.

Problemas com desodorantes/antiperspirantes

Alterações na cor das roupas são as mais problemáticas.  A coloração amarelada pode ser devido à presença de ferro no ativo antiperspirante, bem como resíduos de decomposição de componentes da formulação formados pelas altas temperaturas do ferro de passar roupas.

Todas as informações dicas e sugestões contidas neste blog têm caráter meramente informativo. Elas não substituem um aconselhamento e o acompanhamento de Profissionais Farmacêuticos e Médicos.